Especialista destaca importância do poder público apoiar os imigrantes venezuelanos que estão na Paraíba

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano (Sedh), em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), iniciou na última sexta-feira (2) o Curso de Formação para os profissionais dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) e Conselheiros Tutelares dos municípios de João Pessoa e Campina Grande que estão atuando diretamente na assistência aos indígenas venezuelanos da etnia Warao na Paraíba. quem fala da importância desta parceria é a professora Mércia Rangel Batista, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFCG, onde revelou que trabalhar com os grupos que estão sofrendo em função da Covid-19 pareceu uma pauta interessante.

“Fiquei muito contente em ser acolhida pela equipe da Sedh para desenvolver juntas um trabalho de reflexão nos caminhos do atendimento da assistência aos Waraos. Penso que, através desse elo, possamos gerar uma prática e reflexão, para que no final chegue permitindo, não só os Waraos, mas outros grupos, um lugar na sociedade que lhes permita continuar sendo Waraos aqui no Brasil”, disse a professora Mércia Rangel.

A formação tem como tema Vulnerabilidades e Impactos Socioculturais diante da Covid-19: Estratégias e Ações de Proteção Social na Relação entre os Waraos e a Política de Assistência Social, que será discutido durante sete encontros quinzenais e acontece até 18 de dezembro, no formato remoto por meio da plataforma Google Meet.

O objetivo do curso é discutir as vulnerabilidades e impactos socioculturais dos imigrantes venezuelanos indígenas da etnia Warao diante da Covid-19 e as demandas postas para a Política de Assistência Social.

Este curso é mais um desdobramento das ações que já vêm sendo realizadas para garantir assistência às famílias venezuelanas no Estado, como a implantação do Projeto das Casas de Abrigamento.

Ações importantes – A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano, por meio de um convênio celebrado com a Ação Social Arquidiocesana (ASA), da Arquidiocese da Paraíba, desde abril vem acolhendo essa população que migrou para as cidades de Campina Grande e João Pessoa. Atualmente, há cerca de 230 indígenas Waraos, entre homens, mulheres, crianças e pessoas idosas, em situação de vulnerabilidade social, abrigados em seis casas. Os espaços são frutos do convênio no valor de R$ 1 milhão.

As Casas de Abrigamento estão localizadas nos bairros do Roger, duas em Jaguaribe, Torre, Centro e Ernani Sátiro. De acordo com o Padre Egídio, coordenador do Projeto, além da estruturação da casa com fogão, geladeira, freezer, ventiladores, cadeiras, redes e colchões, há o fornecimento de alimentação semanalmente de acordo com os hábitos dos indígenas e o acréscimo de leite e fraldas, devido ao grande número de crianças nas famílias. A assistência social é prestada pelas equipes dos Cras do território em conjunto com a equipe estadual, que articula as ações, acompanha, orienta, assessora e apoia a política de assistência social local.

O secretário do Desenvolvimento Humano, Tibério Limeira, comentou que essa ação se tornou um compromisso do Governo do Estado com a pauta dos indígenas venezuelanos: “Desde março vimos somado esforços no abrigamento desse grupo, colocando a política pública em favor daqueles que dela necessitam. Buscamos junto com os outros órgãos entender as problemáticas que envolvem o povo dessa etnia específica, suas vulnerabilidades, as nossas possibilidades de ação. A Sedh, nesse sentido, cumpre um papel muito importante contribuindo para que a cidadania desse povo seja respeitada e assegurando direitos”, afirmou Tibério.

O cacique Epifanio Moreno, 55 anos, externou sua felicidade por hoje estar sendo bem acolhido. “Eu estava muito preocupado porque onde estávamos era perigoso, agora estamos tranquilos e felizes. Só tenho a agradecer muito ao governador da Paraíba pelo o acolhimento, a minha intenção é ficar aqui no Brasil”, disse ele.

Já o líder Nelson Mata, 39 anos, casado e pai de 4 filhos, confessou que estava vivendo numa condição muito difícil no seu país, e por isso buscou no Brasil um apoio. “Estávamos todos em muita dificuldade na fronteira. Esse apoio do Governo e da igreja tem sido fundamental para deixar o nosso povo mais tranquilo na Paraíba. Aqui conseguimos nos sentir mais aliviados”, disse agradecido.

PB Agora com assessoria

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