Diretoria do Botafogo-PB rebate denúncia da oposição, e surge novo embate com Breno Morais

Oposição acusa o assessor do ex-presidente Sérgio Meira de tentar fraudar o programa de sócios, em 2019. Atual diretoria aciona o STJD para excluir Breno do processo eleitoral do clube

A diretoria do Botafogo-PB adotou um tom áspero na coletiva de imprensa que promoveu na tarde de sexta-feira para cima da oposição. O corpo diretivo, que busca a reeleição no pleito de outubro, usou o espaço para se defender de denúncias formuladas pela oposição do clube de que a diretoria, em outubro do ano passado, supostamente buscou fraudar o programa dos sócios do clube para distorcer o processo eleitoral. Além disso, também acionou o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por entender que o ex-dirigente Breno Morais não tem direito de participar das eleições do clube.

Sobre as acusações da oposição, o presidente Orlando Soares – que é candidato à reeleição – garantiu que ele e seus aliados têm como provar que não houve qualquer tentativa de fraudar o programa de sócios com vistas a se beneficiar no processo eleitoral marcado para este mês.

– Estamos aqui para esclarecer com dados a real situação dessa disputa. A diretoria foi acusada pela oposição de estar manipulando as eleições. A gente tem como rebater mostrando o seguinte: de todos aqueles nomes que eles irresponsavelmente publicaram, nenhum consta na chapa para ser eleito ou tampouco ter direito a voto – disse o presidente do clube, Orlando Soares.

Entrevista coletiva foi realizada no Terraço do Belo, na Maravilha do Contorno — Foto: Divulgação / Botafogo-PB

A denúncia partiu de um ex-funcionário, Leonan Lúcio, que era um dos responsáveis pelo programa de sócios do clube no ano passado. Leonan disse que George Dias (assessor do ex-presidente do Botafogo-PB, Sérgio Meira) mandou ele colocar no sistema, no último dia de prazo para que pessoas se associassem e tivessem direito de participar das eleições do clube neste ano, 23 novos sócios.

O ex-funcionário alegou que se sentiu coagido, visto que as só podem se associar pela loja do clube ou pelo site. Segundo ele, nenhuma associação havia sido feita por deliberação pessoal de um dirigente ou assessor de diretor, sem fichas de inscrição e sem o dinheiro referente à adesão. Essa suposta tentativa de fraude aconteceu, segundo ele, no dia 11 de outubro de 2019, um ano antes da eleição deste ano. Leonan disse, em depoimento lavrado em cartório, que, nesse dia, não colocou os nomes dos sócios no sistema.

O ex-funcionário explica que, dois dias depois, em 13 de outubro, recebeu o dinheiro dos novos sócios e o pedido, por George Dias, de que a data de ingresso dos sócios fosse colocada para o dia 11. Leonan disse, segundo testemunho, que não faria isso.

– Estiveram no meu endereço residencial e me entregaram a importância de R$ 4.945,00 (quatro mil, novecentos e quarenta e cinco reais), referente à quantidade de 23 (vinte e três) inscrições de sócios contribuintes (23 x R$ 215,00 = R$ 4.945,00) e, neste momento, me exigiram para assinar o recibo com data retroativa ao dia 11/10/2019, mediante a ameaça de demissão, sendo que apesar do risco de demissão, recusei-me a assinar o recibo com a data retroativa ao dia 11/10/2019 e datei o recebimento do dinheiro no dia em que efetivamente me foi repassado, ou seja, dia 13/10/2019 – relatou o funcionário em seu depoimento.

Depoimento de Leonan Lúcio, registrado em cartório — Foto: Reprodução

A reportagem do ge Paraíba tentou entrar em contato com George Dias, mas não obteve êxito. Por conta dessa denúncia, a diretoria do Botafogo-PB resolveu se defender. Orlando Soares, que também é candidato à reeleição, ainda garante que quem quer fraudar as eleições é a oposição.

– Do outro lado é o inverso. Nós temos sim alguns nomes que foram inseridos no sistema, que era um sistema de gestão anterior, e temos como provar que todos esses nomes são fraude – comentou.

Por Pedro Alves

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