Mandato do presidente começou em 2018 e acaba neste domingo; veja um balanço da gestão
Fim da linha. O terceiro mandato de Andrés Sanchez na presidência do Corinthians se encerra neste domingo. O sucessor dele, Duílio Monteiro Alves, toma posse na segunda-feira e vai comandar o clube até o final de 2023.
Iniciada em fevereiro de 2018, a gestão de Andrés conquistou dois títulos paulistas, em 2018 e 2019, conseguiu fechar a venda do nome da Arena e teve uma equipe feminina multicampeã, mas termina com uma dívida próxima de R$ 1 bilhão de reais e sem cumprir diversas promessas.
Uma delas aconteceu logo no início. O presidente afirmou que se afastaria do cargo de deputado federal, mas isso não ocorreu. Embora muito mais ausente dos compromissos em Brasília, ele seguiu recebendo salários e cumpriu mandato até dezembro de 2018.
Outra promessa repetida durante a campanha e que não foi cumprida foi a de dar mais transparência ao Corinthians. Andrés Sanchez disse que divulgaria mensalmente os balanços financeiros do clube, o que aconteceu apenas no início da gestão. Acumulando déficits mês a mês, o presidente decidiu apresentar as contas de forma mais espaçada (ora semestralmente, ora trimestralmente).
Também houve omissões de detalhes de transferências e negócios do clube. Os valores do patrocínio máster do BMG só ficaram públicos depois da divulgação do banco. Já a contratação do meia Luan nunca teve as condições de pagamento esclarecidas. Outra transação mal explicada foi a do lateral-esquerdo Carlos Augusto, no ano passado. Inicialmente, o Corinthians divulgou que ficaria com 60% dos direitos do atleta. Meses depois, informou que terá 60% sobre um eventual lucro do Monza, da Itália, clube que adquiriu o jogador.
Algumas promessas se perderam ao longo do tempo. Ao ge, Andrés enviou 10 propostas no começo de 2018. Uma delas falava em “propor uma parceria com o Corinthians Casuals, criando nossa vitrine para a Europa e internacionalização. Também vamos reatar nossos laços com a China, estabelecendo relações com a confederação do país, e iniciando a movimentação em direção de ter-se um Corinthians chinês, desenvolvendo ações de marketing conjuntas e muito mais.” A única ação neste sentido nos últimos anos foi uma homenagem ao Casuals na terceira camisa do ano passado.
Na mesma lista enviada ao ge, o então candidato prometeu criar a Superintendência de Futebol, à qual se subordinariam tanto o profissional como a base. Isso nunca ocorreu.
Porém, o presidente conseguiu fazer aquilo que considerava ser seu maior objetivo: equacionar a dívida da Arena Corinthians. Após fechar negócio de R$ 300 milhões com a Hypera Pharma, o clube encaminhou um acordo com a Caixa para pagar R$ 269 milhões até o fim de 2039. Após a finalização da recuperação judicial da Odebrecht, o que já está acertado verbalmente será, enfim, colocado em contrato.
O mandato também ficou marcado pelas 39 contratações de jogadores para a equipe profissional, a criação da contestada categoria sub-23 e as diversas cobranças judiciais que o clube teve de lidar.
Em entrevista ao ge, Andrés deu nota 6,5 ou 7 para o seu mandato e prometeu se afastar da política do clube a partir de agora.
Por Bruno Cassucci