Representantes da FPF e dirigentes dos clubes devem se reunir nesta terça-feira para retomar as conversas e, quem sabe, confirmar a disputa do Paraibano ainda no primeiro semestre deste ano
Foi no dia 14 de dezembro que os dirigentes dos oito clubes da elite do futebol da Paraíba se reuniram na sede da Federação Paraibana de Futebol (FPF), e sete deles decidiram que, sem recursos financeiros, o melhor mesmo era o cancelamento da edição 2021 do Campeonato Paraibano. De lá para cá, o impasse permaneceu, ficando próximo de completar um mês daquele encontro inicial. A expectativa, porém, é que representantes das equipes voltem a se reunir nesta terça-feira, podendo apresentar novidades nessa pauta. O fato é que o tempo vai passando, e a realização da 111ª edição do estadual vai ficando para depois.
Naquele encontro de dezembro, sete de oito dirigentes da elite do futebol paraibano foram favoráveis ao cancelamento do estadual de 2021. Apenas o Botafogo-PB se posicionou contra essa decisão, desejando a realização da competição no primeiro semestre deste ano. Vale lembrar que a justificativa dos mandatários dos clubes era de que a pandemia abalou as finanças das equipes, já que a presença do público nos estádios está fora de cogitação; afinal, a Covid-19 segue em alta pelo Brasil.
Além disso, o repasse financeiro por parte do Governo da Paraíba para as agremiações segue travado, já que o acordo de leniência relacionado ao extinto Gol de Placa ainda não foi assinado. Como houve fraude no antigo programa, a comissão que está à frente dessa situação não cedeu e exige que os dirigentes assumam o compromisso de reparar o Estado pelos danos causados.
Num primeiro momento, os dirigentes foram irredutíveis quanto à não realização da 1ª divisão do Campeonato Paraibano. Contudo, o tempo foi passando e não houve mudança de postura da comissão que costurou esse acordo de leniência. É preciso destacar também que alguns clubes criticaram a burocracia governamental no trato desse tema. Inclusive, o próprio Botafogo-PB garantiu que elaborou um projeto para parcelar a dívida e, com isso, conseguir liberar o repasse; todavia, o Belo alegou que não obteve resposta até o momento.
O fato é que teve dirigente favorável à disputa do Paraibano apenas no segundo semestre do ano, como Aldeone Abrantes, mandatário do Sousa. Isso, de certa forma, causaria complicações para alguns times. O caso mais emblemático seria o do Campinense, que é um dos representantes do estado na disputa da Copa do Brasil. Nessa situação, a Raposa correria o risco de montar uma equipe para jogar apenas uma partida, dispensar os atletas e só voltar a formar o elenco para a Série D do Campeonato Brasileiro e do Paraibano. Isso se esse calendário fosse aprovado e se o Rubro-Negro fosse eliminado na primeira partida da Copa do Brasil.
Por outro lado, clubes que não fazem parte da 1ª divisão na Paraíba também tentaram propor situações em meio ao impasse. O Auto Esporte, inclusive, sugeriu realizar a 2ª divisão do Campeonato Paraibano de 2020, que foi cancelada no segundo semestre do ano passado, também por falta de recursos financeiros, no primeiro semestre de 2021. A ideia automobilista é a de que, realizando a competição agora, a FPF poderia adicionar o campeão e o vice aos oito da elite, aumentando o número de integrantes na 1ª divisão para 10. Isso com o Paraibano 2021 sendo disputado no segundo semestre deste ano. Essa ideia, entretanto, é debatida apenas informalmente e parece improvável que seja colocada em prática.
Por Cisco Nobre