Familiares, políticos e eleitores se despediram, nesta terça-feira (09), do senador José Maranhão (MDB), cujo corpo foi velado no Palácio da Redenção no início da tarde. O ex-governador morreu ontem, em decorrência de complicações causadas pelo novo coronavírus. Inicialmente, uma cerimônia ocorreu no hangar do Aeroporto Internacional Castro Pinto, com a presença de autoridades religiosas e públicas. Em seguida, o corpo foi levado em cortejo fúnebre para a sede do Poder Executivo.
Para evitar aglomeração, uma grade foi instalada em frente ao Palácio da Redenção, mas algumas pessoas puderam ter acesso ao local para se despedir do ex-governador. Emocionados, eleitores levaram retratos e santinhos de José Maranhão, que foi governador por três vezes, além de senador por dois mandatos. Ele também exerceu o cargo de deputado estadual e deputado federal pela Paraíba, tendo quase 70 anos de vida pública.
Um eleitor entregou um quadro à esposa do senador, Fátima Bezerra. “Ele foi quem mais fez pela Paraíba”, disse.
Presente no evento, o governador João Azevêdo (Cidadania) destacou o legado de grandes obras que o ex-governador deixou no estado, mas enalteceu também seu perfil de conciliador e de gentileza, inclusive com adversários. “Isso é dolorido por todos nós. O Canal da Redenção, de Acauã, de grandes adutoras que foram construídas, além de estradas. Hoje há uma duplicação de João Pessoa a Campina Grande. Todo mundo tem que lembrar que foi no governo dele. Obras, em si, representam o esforço dele como governador. O legado dele, de exemplo e prática política, esse fim ficará marcado. Todos conhecem a gentileza com que ele tratava todo mundo, até os adversários”, disse.
Prefeitos de todo o estado estiveram presentes, inclusive o de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, e o vice-prefeito de João Pessoa, Léo Bezerra. Vereadores, deputados estaduais e federais também participaram da cerimônia. O ex-governador José Maranhão morreu na noite desta segunda-feira (8) no Hospital Vila Nova Star, de São Paulo, vítima de complicações da Covid-19. Ele era o senador mais velho da atual legislatura e estava internado desde 29 de novembro de 2020, dia de segundo turno nas eleições municipais, quando passou mal pouco depois de votar no candidato que ele apoiava.
Por volta das 18 horas, o corpo saiu novamente em cortejo e passou em frente à sede do MDB. Em seguida, seguiu para a residência do senador. De lá, seguiu para Araruna, sua terra Natal. O enterro será nesta quarta-feira (10) às 10h.
Falecimento
O falecimento foi confirmado ontem a noite pela desembargadora Fata Bezerra, esposa do parlamentar, em relato emocionado, ontem. “Eu quero colocar uma declaração de amor para dizer à Paraíba que José Maranhão não foi só meu, José Maranhão foi de vocês, disse. Ele ficou num hospital de João Pessoa até o dia 3 de dezembro e nessa data foi transferido para a capital paulista. O corpo veio de São Paulo em um avião da FAB e chegou após às 14horas no aeroporto Castro Pinto. O enterro será em Araruna, sua terra Natal. “Não somente ele será enterrado, mas meu coração também”, acrescentou.
BIOGRAFIA
Filho de Benjamim Gomes Maranhão, ex-prefeito de Araruna, e de Benedita Targino Maranhão (Dona Yayá). José Targino Maranhão nasceu em Araruna, no Agreste paraibano, em 6 de setembro de 1933
E foi na sua cidade Natal que Zé Maranhao se tornou advogado, pecuarista, empresário e desenvolveu seu gosto pela aviação. O ex-governador paraibano iniciou sua vida pública em 1955 pelo PTB, quando foi eleito deputado estadual, cargo que ocupou por quatro mandatos consecutivos.
Zé Maranhão, como ficou conhecido, mudou para o MDB em 1967 e teve o mandato cassado em 1969 pela ditadura militar. Em novembro de 1982, José Maranhão foi eleito deputado federal constituinte, cargo que ocupou entre os anos de 1983 a 1994. Ele ajudou na criação da constituição de 1988.
José Maranhão foi eleito vice-governador da Paraíba, na chapa encabeçada pelo senador Antônio Mariz em 1994 e quando assumiu o Governo em 1995 após o falecimento de Mariz. Ele foi reeleito para o Governo da Paraíba em 1998, com mais de 80% dos votos.
Em 2002, renunciou ao governo estadual para disputar uma vaga de senador, e foi eleito com com 831 mil votos. Tentou ser governador novamente em 2006, mas perdeu a disputa para Cássio Cunha Lima (PSDB), filho de Ronaldo. A chapa de Cássio, no entanto, foi cassada em 2009 e Maranhão assumiu o cargo de governador. Tentou se reeleger em 2010, mas perdeu para Ricardo Coutinho (PSB).
Ele foi candidato a prefeito de João Pessoa, ficando em quarto lugar na disputa. Em 2014, foi eleito senador. Zé Maranhao disputou o governo do estado em 2018, mas acabou em terceiro lugar. Ele dava sinais de que pretendia concorrer a um novo cargo em 2022.
Ele foi infectado pelo novo coronavírus no segundo turno das eleições municipais. Por causa do tratamento para Covid-19, precisou se licenciar do carro em janeiro deste ano e foi substituído pela suplente Nilda Gondim, que agora assume o cargo de forma definitiva. O senador José Maranhão deixa a desembargadora Maria de Fátima Bezerra, os filhos Leônidas, Maria Alice é Letícia e os netos José Neto e Maria de Fátima.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba