Jogador do Flamengo foi flagrado em 14 de março em cassino com 150 pessoas na capital paulista. Ministério Público propôs que atleta pague 100 salários mínimos em troca da extinção do processo de crime contra a saúde pública.
O jogador de futebol Gabriel Barbosa Almeida, conhecido como Gabigol, aceitou nesta segunda-feira um acordo com a Justiça de São Paulo para pagar 100 salários mínimos – o equivalente a cerca de R$ 110 mil reais – por ter descumprido o distanciamento social durante a quarentena. No dia 14 de março, o atleta do Flamengo foi flagrado em um cassino clandestino na Zona Sul da capital paulista.
O acordo, proposto pelo Ministério Público, determina que Gabigol pague 100 salários mínimos ao Fundo Municipal da Criança e do Adolescente em troca da extinção do processo de crime contra a saúde pública. Pela lei, o crime de infração à medida sanitária preventiva tem pena prevista de um mês a um ano de detenção, além de multa, no caso de condenação.
Por causa da pandemia de coronavírus, a audiência foi feita por videoconferência às 16h30 desta segunda. Durante a reunião virtual, que durou menos de 10 minutos, Gabriel não comentou o processo e se limitou a aceitar os termos do acordo proposto.
A audiência foi celebrada pelo juiz Fabricio Reali Zia, Juizado Especial Criminal (Jecrim) no Fórum da Barra Funda, Zona Oeste da capital paulista.
Além do atleta, o funkeiro MC Gui e o diretor artístico Rafael Vanucci, filho da cantora Vanusa, também foram detidos no mês passado pela Polícia Civil dentro da casa de jogos ilegais que funcionava em um prédio da Rua Alvorada, no Itaim Bibi.
Todos os envolvidos foram levados a uma delegacia e liberados após assinarem um Termo Circunstanciado (TC), registro policial de menor potencial ofensivo, por terem cometido crime contra a saúde pública.
Um decreto do governo estadual proíbe aglomerações, abertura de restaurantes à noite e eventos fechados durante a pandemia de Covid-19.
A audiência com Gabigol estava marcada inicialmente para ocorrer virtualmente em 20 de abril, mas a Justiça a adiou para esta segunda a pedido da defesa, já que o jogador tinha uma partida contra o Vélez Sarsfield no mesmo dia em que ocorreria seu depoimento. A partida foi em Buenos Aires, na Argentina, pela Copa Libertadores.
O G1 não conseguiu localizar Gabigol nem seus advogados para comentarem o assunto até a última atualização desta reportagem. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, no dia 14 de março, o jogador disse que foi ao cassino convidado por amigos para jantar e que só joga videogame. Ele reconheceu, no entanto, que faltou “sensibilidade” ao ir ao local durante a quarentena.
“Acho que faltou um pouquinho de sensibilidade, mas sempre usando máscara, sempre com álcool em gel. Realmente, quando eu percebi que tinha um pouquinho mais de gente, eu estava indo embora”, falou Gabigol.
Por redação do ge