Amor de Verdade.
De: Pedro Neto (Lé).
É natural do sítio Boagua. Baixinho interessante esse Nonato. Remanescente da casa do estudante que ficava localizada nas imediações das lojas americanas, rua Venâncio Neiva, centro de Catolé do Rocha.
Tem história esse João Nonato! Trabalhou muito tempo, consertando molas de veículos. Sua oficina era situada no pátio mecânico do corrente.
João Nonato tem um hobby… Ou profissão?? É um exímio colecionador de tênis. De conga a kichute, ele tem de tudo. Certo dia, conversava com ele: ‘Já tem 100 pares?’ —-Aspas prá ele: Era prá ter bem mais… Sempre presenteio meus parentes. Ele tem suas preferências: “adora” um CONGUINHA! Disse: “Quando uso conga, lembro do meu tempo de estudante!” ——‘E o kichute, perguntei’ —— Nonato: ” Era bom prá jogar futebol!” Já que o assunto era futebol: ‘ Já jogou bola ?’ —– Ele: “Joguei e bem!!”—– Aproveitei a deixa: ‘Jogava de que?’ —– Aspas prá ele: Jogava sempre de kichute.—– Eu: ‘ Digo, a posição que você Jogava!’—– Aspas para João jogador: Eu jogava em pé. Desistí!
Encontrei-o na Praça Sergio Maia. Ah, lembrei, o colecionador de tênis, também é funcionário público municipal. Aposentado. Sim, eu falava no encontro com o homem do KICHUTE. Então! Naquele eu usava um tênis ADIDAS, branco! Como falam os “entendidos “…Tênis TOP. De repente, chega João dos Nonatos. Sentou ao meu lado no banco (não tava nem aí para COVID), olhou para os tênis (depois olhou prá mim) e… Respiração ofegante, soltou: ” VIXI!”—–Sempre de olho no ADIDAS. Calado estava; calado permaneci.
Aí, aspas para o colecionador: Tem um Parzim …Prá mim?—– Eu: ‘Quem sabe… Até, pode aparecer! Já o presenteie com dois pares. Nesse momento ele é só felicidade!
Sempre que visitava o Centro de Cultura Geraldo Vandré (ele trabalhava lá), conversava muito com ele. Conversa boa. Sempre falando em tênis! —– Falei: ‘ Tem visitado João Dias?’ —– Aspas prá João: Estive lá há poucos dias.—– Eu: ‘Tem parentes lá?’ —— Aspas: Não. Um amigo deu-me um par de tênis, fui buscá-lo. Essa história já era do meu conhecimento.
Ele foi para a terra de São Sebastião no carro que faz a linha (viaja). Na volta, ele estava andando descalço. Motivo: Não queria estragar os tênis. E olhe que ele conduzia dois pares de calçados. Kichute? —Talvez! Aí perguntei se essa história era estória? Ele: Entre os tênis e os pés, prefiro conservar os “pisantes”. E é verdade!
Um fato prendeu minha atenção nessa luta incessante de João, sempre, em busca de um par de tênis (novo ou usado): Qual seu número ? Caso o tênis seja grande ou pequeno? —- Ele não titubeou: “Se for grande, coloco pano no bico ( do tênis); se for pequeno, encho o ” bicho” de milho molhado. Eu: ‘ Resolve?” —– João dos tênis: ” Tem um par lá em sua casa prá gente testar agora? ” —– Aí indaguei se ele sempre visita as lojas de calçados de nossa cidade. —- Aspas prá ele: Prá que, se eu tenho uma loja em casa. Lá é a NONATO CALÇADOS, menino!
E aí, saiu em direção ao bairro do corrente, com seu “mizuno” de lux, chiando nas pedras do calçamento. Ele anda e visualiza os tênis. É amor de verdade. Esse, como dizia Mané Garrincha, de “João”, só tem a cara e o andar.
Por Professor Pedro Neto (Professor Lé): Amor de Verdade!