Em um ano de eleições, os partidos se preparam para costurar alianças e se fortalecer. Pelo menos dez nomes já foram apresentados aos eleitores como pré-candidatos à Presidência da República para o pleito de outubro deste ano. Apesar das movimentações intensas, o cenário só deve ficar mais claro a partir de abril, na avaliação de lideranças envolvidas nas negociações partidárias. A informação é do R7.
As principais siglas do país avaliam quais serão suas posições para outubro, mas afirmam que o momento ainda é de espera. Isso se dá pela janela partidária, que estará aberta entre 3 de março e 1º de abril. Durante esse período, deputados com mandato poderão deixar os atuais partidos para aderir a outra sigla. Um dos que deve receber novos filiados é o PL, que espera que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se juntem à legenda.
Bolsonaro concorrerá à reeleição pelo PL e deve ter como adversários na corrida o ex-presidente Lula (PT), Sergio Moro (Podemos), o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), a senadora Simone Tebet (MDB), o senador Alessandro Vieira (Cidadania), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), o deputado André Janones (Avante) e o cientista político Luiz Felipe D’Ávila (Novo).
A expectativa é que o atual cenário se afunile nos próximos meses. Mesmo tendo sido recebido como pré-candidato, o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tem sido reticente sobre se concorrerá ou não ao cargo. Aliados afirmam que o senador mineiro tem alta visibilidade por ser presidente do Senado e deve aguardar as movimentações em torno da janela partidária e da formação de federações até tomar uma decisão.
O PSD já começou a buscar outros nomes para apresentar à disputa. O mais cotado nos últimos dias é o atual governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Apesar de ainda estar filiado ao PSDB, o governador gaúcho perdeu as prévias do partido, no ano passado, para o governador de São Paulo, João Doria.
Federações
A federação é a principal novidade deste ano, com a proibição de coligações partidárias para as eleições de deputados estaduais e federais. Apesar de a modalidade — em que os partidos se unem apenas para o momento eleitoral, sem garantia de permanência do bloco após as eleições — ainda ser permitida para os cargos de governador, senador e presidente, os partidos que quiserem se unir para formar bancadas no Congresso precisarão organizar federações ou agir sozinhos.
No caso de uma federação, os partidos que confirmarem essa união deverão agir juntos durante os próximos quatro anos. De acordo com a lei aprovada pelo Congresso no ano passado, as federações deverão não apenas permanecer juntas, mas ter também um estatuto conjunto e seus filiados deverão ter um comportamento unificado nas bancadas eleitas.
Outro cenário embaralhado até o momento é o dos candidatos considerados como “terceira via”, mais identificados ao centro. Além de nomes ainda relativamente desconhecidos, os partidos aos quais pertencem esses pré-candidatos discutem a possibilidade de se unirem em uma federação. São eles o PSDB de Doria, o MDB de Simone Tebet e o Cidadania de Alessandro Vieira. Os três partidos discutem com o recém-criado União Brasil – nascido da fusão entre Democratas e PSL — constituir uma federação para essas eleições.
A federação traria mais benefícios a esses partidos em termos de formação de bancadas dentro do Congresso, mas pessoas ligadas às conversas admitem dificuldades dentro dos partidos. Caso a federação seja confirmada, os partidos também terão de decidir qual dos três candidatos terá mais chances como nome do grupo para a disputa.
Recentemente, o Cidadania bateu o martelo em relação à federação com o PSDB. Em uma votação realizada pelo diretório nacional da sigla, o Cidadania decidiu entre uma federação com os tucanos em vez de com o PDT de Ciro Gomes. Mesmo com a resolução para federação, o partido afirmou que manterá a candidatura de Alessandro Vieira por enquanto.
Após o prazo da formação de federações, o mundo político deve se voltar para a campanha eleitoral propriamente dita. Além de organizarem com mais precisão as questões burocráticas e os palanques estaduais entre junho e julho, a campanha tem início em 16 de agosto. Os debates entre candidatos à Presidência também estão previstos para começar logo na primeira semana do mês. O primeiro turno das eleições está marcado para 2 de outubro.
Isabella Macedo, do R7, em Brasília