Por Professor Pedro Neto (Prof Lé): Luis de Fata.

 

Era assim que ele gostava de ser chamado, quando mantinha seu laço conjugal. Luís é de origem incerta. Até hoje, ele não confirma sua origem. Depende da “carga” de caranguejo. Quando entra num desafio, fato normal alí nas imediações do mercado novo, que passou a ser velho para alguns, ele sempre se reporta a Lagoa de Pedra (local marcado por muita violência), para amedrontar seus desafetos. Na verdade, parece que Lula (assim chamado, por alguns companheiros de “birita”), nasceu mesmo, foi no Sítio Gameleira, alí perto da Lagoa de Pedra.

Uma parente minha, que dava uma de santa casamenteira, “arranjou” este namoro para Luís. Seu nome completo é Luís Delmiro de Oliveira, natural da Gameleira. Aí, “Seu” Luís “pintou” nos barracos do mercado. Dá música! Precisa apenas de compositor. Uma pena que ninguém até hoje, teve interesse na tal composição. Prá marcar presença, Luís já estreou brigando. Briga feia! Briga de cachorro que late e morde. Por sinal, morder é sua defesa natural. Muitos desafetos provaram da força de sua mordida. Este, foi o cartão de visita do mais novo morador do setor. Daí pra frente… Mordidas e… Mordidas!

Enquanto a boa “convivência” existiu, a Genézio Rodrigues, foi palco de um festival de barulho. Ele ficava bêbado, e aí, tome confusão! “Seu Luís, adorava uma briga! Por várias vezes, levei-o ao hospital. O resultado das brigas, era sempre desastroso. Certa vez, depois de muita dificuldade, consegui colocá-lo dentro do veículo. Ele estava muito suado e transpirava aquele odor. Nestas horas, ele sempre dizia que havia passado uma famosa essência, que ele batizava de MAIBEQUE. Era uma aventura, transportar o “esponja” naquela situação. E aí fomos nós! Quando já estava naquela rua, situada entre o muro do Tabajara e a AABB, ouvi aquela voz tonitruante: “Está indo prá onde Lé, não tô doente não, o meu problema é amor”. Aí falei: “Estou indo para o hospital”—–Aspas prá ele: Tô doente não. Quero ir para os barracos, tomar cachaça.” Ele ainda disse: “Você sabe, que eu sou apaixonado!” Voltei! Já estava acostumado. Durante muito tempo, participei dessas aventuras naquele setor, tumultuado, e conhecido, como a rua dos barracos. Foi cachaça, amor e briga, enquanto durou o amor.

“Seu” Luís não gosta de H2O. Na verdade, ele gosta mesmo é de cachaça. Entre os dois líquidos, ele prefere o etílico.

Uma certa noite,  Luís apareceu na residência de sua sogra. Imediatamente, o portão foi trancado. Aí “Seu” Luís, como sempre, armou a maior confusão. Sua sogra, sempre paciente com o valentão, fez de tudo para afastá-lo da calçada. Ele, só queria brigar. A sogra, calmamente se dirigiu para a cozinha e chegou com o líquido que ele não gosta: Água! E aí, aconteceu o pior para o genro. De repente, uma chuva caiu sobre ele. Era Água! Lulinha, saiu em disparada em direção aos barracos, seu porto seguro. Ele, sempre morou na Rua Duque de Caxias, nos apartamentos de Zé Felipe.

O proprietário dos “quartos”, local onde se “esconde” Luís Delmiro, não efetua a cobrança da conta d’água do famoso inquilino. Motivo: Ele, Luís, usa o precioso líquido apenas para “matar” sua sede, isto, quanto não está ingerindo a água que passarinho não bebe (caçasa. Ele fala assim) O inquilino não toma banho. Ele apenas, bebe água.

Certo dia, Luís estava sentado num batente do prédio, pertinho de minha residência, acompanhado de outras duas figuras folclóricas (Chico Biquinho e Galdino produções, já falecidos). Chico Biquinho foi o maior admirador do saudoso Coronel José Sérgio Maia. Ele gosta de falar: Se, “Seu” Zé Sérgio tomar uma Coca-Cola, eu arroto no lugar dele. Velhos tempos!  Sim, os três, estavam sentados, quando de repente, os dois Chicos se levantaram e colocaram a camisa cobrindo o nariz. O primeiro a falar foi Galdino (também conhecido como Fransquinho de João Paozeiro) que disparou em voz alta: “Oh bicho fedorento!”——Chico Biquinho, sufocado, gritou: “Vai feder assim lá no… sanitário, homi.” Neste momento, “Seu” Luís, bem descarado, ainda falou: “Eu pensei que vocês não tinham escutado não”

Sempre que passo ali nas imediações do mercado (não moro mais naquele setor), Luís está sentado, agora com outros companheiros. Galdino e Chico Biquinho foram morar no céu, e agora, felizes com a ausência do moço da Gameleira, que continua a mesma vida de sempre: cachaça e pum,são elementos vivos na sua rotina diária. Só uma coisa é certa na vida de Luís Delmiro de Oliveira: “Seu” Luís não paga a taxa d’água nos muquifos de Zé Felipe.

 

Texto do Professor Pedro Neto (Prof Lé): Luis de Fata.

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