Crime teria acontecido no quarto da vítima, na madrugada da última quinta-feira
Francisco Lopes, padrasto da adolescente Júlia dos Anjos Brandão, disse à Polícia Civil disse que matou a menina por asfixia. O crime teria acontecido no quarto da vítima, na madrugada da última quinta-feira (7). Em depoimento, Francisco relatou que, após matar a enteada, levou o corpo dela de carro até um poço próximo à Praia do Sol. A mãe de Júlia, Josélia Araújo, estaria sob efeito de medicamentos administrados pelo marido e, por isso, não percebeu o crime.
Um corpo foi encontrado no local apontado pelo suspeito e passa por exame de DNA no Instituto de Polícia Científica (IPC) para confirmar se realmente trata-se de Júlia. Peritos também analisam se a vítima encontrada no poço sofreu violência sexual. Ainda não há previsão para liberação do corpo.
A operação de resgate do corpo envolveu sete bombeiros. Havia risco de que o terreno no entorno do poço cedesse, o que dificultou os trabalhos. “Levamos cerca de 50 minutos para conseguir fazer a descida do militar de forma segura. Ele passou cerca de 30 minutos dentro do poço, fazendo amarrações, para retirar o corpo, que já estava em decomposição”, informou sargento Cristian, do Corpo de Bombeiros.
De acordo com o delegado Hector Azevedo, responsável pelas investigações, Francisco Lopes alegou que Júlia não aceitava a gravidez da mãe e temia que a adolescente fizesse algum mal contra o bebê. A confissão do padrasto ocorreu após a Polícia Civil confronta-lo sobre divergências entre o depoimento dele e outras oitivas e apurações.
Francisco Lopes deve passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (13).
Entenda o caso
Júlia dos Anjos Brandão, de 12 anos, desapareceu de um condomínio residencial no bairro de Gramame, em João Pessoa, no dia 7 de abril. Segundo familiares, Júlia saiu de casa somente com o celular. Os parentes da adolescente acreditavam que ela havia sido raptada ou induzida a sair de casa por algum estranho.
A principal linha de investigação apontava para uma pessoa no Instagram. O perfil em questão se apresentou à adolescente pela rede social e ofereceu serviço de marketing digital. A mensagem da suposta consultora prometia um aulão gratuito a Júlia e dizia que a adolescente poderia ganhar dinheiro com a internet. O delegado Rodolfo Santa Cruz descartou a suspeita porque a pessoa foi localizada, tem endereço, contatos ativos e está em outro estado.
De acordo com a Polícia Civil, a última pessoa que viu a adolescente em casa foi o padrasto, Francisco Lopes. Nos primeiros depoimentos, ele informou às autoridades que, a pedido da esposa, Josélia Araújo, foi até o quarto de Júlia por volta das 6h40 do dia 7 de abril para verificar se ela já havia levantado. Segundo a versão inicial do padrasto, a adolescente dormia e Francisco teria saído para trabalhar logo em seguida. A mãe de Júlia se levantou por volta das 9h e percebeu que a menina não estava em casa.
Desde então, parentes se mobilizaram nas buscas por Júlia. O pai dela, Jeferson Brandão, que mora no Paraná, veio a João Pessoa com a atual companheira e uma tia da adolescente. A mãe dela, que está grávida de dois meses, também participou da procura por Júlia. Os familiares da menina percorreram diversos bairros e áreas de mata na Capital.
O desfecho trágico da história aconteceu nessa terça-feira (12), com a confissão do padrasto.
Por Portal Correio da Paraíba