“SEO” BASTO.
Homem simples! A humildade foi sua marca registrada. Em certos momentos, talvez exagerada. Caminhava sempre, nos trilhos do respeito e da obediência. Era temente à Deus. Sua infância foi pautada por uma disciplina religiosa. No sítio Bela Flor, local onde nasceu, a religião era a católica. Seu genitor(Pedro Praxedes), construiu alí mesmo, a capela, onde ele, Pedro, foi sepultado.
Sebastião Alves Praxedes, lá na Bela Flor, era Basto Praxedes. Aqui em Catolé, onde ele, desembarcou numa emergência, passou a ser chamado de “SEO” BASTO. Homem tranquilo! Em certos momentos, era atacado pelo medo(era compreensível), e sofria muito, com os dissabores da vida. O silêncio, companheiro inseparável, talvez acarretasse muita tristeza para ele. Quando dedilhava seu violão, parecia querer, expandir suas dores.
“Seo” Basto, era um bravo na luta diária. Sabia enfrentar as intempéries da vida. Tudo, ele fazia com um só pensamento: Criar seus filhos da melhor maneira possível! Sua história, é a história estampada no semblante dos seus descendentes.
Na roça, nasceu e cresceu. A labuta diária não o afligia. Estava sempre pronto, para enfrentar as dificuldades encontradas pelo caminho. Esteve sempre ligado às tarefas do campo e navegando num pequeno comércio (bodega). Lá na Bela Flor de Pedro Praxedes, a bodega sempre esteve presente em sua vida. Bodega e “Seo” Basto eram sinônimos! Nos períodos difíceis, eles se separavam! Ele sofria, quando era obrigado a se afastar de sua amiga inseparável, a bodega. Aí, a roça era seu passatempo e ganha pão. As lições de Pedro Praxedes, assimiladas e protetoras na luta pela vida.
Pedro Praxedes, seu pai, era filho de Praxedes Alves Maia (Praxedinho). Praxedinho foi proprietário do sítio Ipoeira e do sítio, os Praxedes, ambos localizados no município de Brejo do Cruz ( fundado por Manoel Oliveira da Cruz que era tio de Francisco de Oliveira Rocha, fundador de Catolé do Rocha), era filho de Vicente Alves de Melo e Luiza Maia( esta, do entroncamento da família Maia). Eram estes, os Bisavós de “Seo” Basto, já quê, seus avós paternos eram: Praxedes Alves Maia e Maria Idalina da Anunciação ( integrante das famílias Alencar e Targino). Um fato interessante nestes laços de família, fica por conta do seu genitor (Pedro Praxedes), que casou três vezes, sendo que nos dois primeiros enlaces matrimoniais, ele (Pedro), contraiu com duas irmãs: Vicencia e Herculana, filhas de Senhor Dario Alencar, residente no município de Brejo do Cruz. Acontece, que a mãe de Pedro Praxedes, pertencia à mesma família Alencar.
“SEO” BASTO ( Sebastião Alves Praxedes), era filho do terceiro casamento de Pai Pedro da Bela Flor, com Severina, que era descendente da família Dutra, também situada no município de Brejo do Cruz. São filhos do enlace matrimonial de Pedro e Severina: Sebastião (“Seo” Basto); Rita; Severino(Tilino); Maria Cruz( Lia); Josefa (Zefa); Expedita(Dita); Otonio e Maria da Conceição ( Ceiça).
“Seo” Basto ( filho de Pedro Praxedes), era primo legítimo de Severina Praxedes de Oliveira (Mãe Sininha), minha avó materna, que era filha de Antônio Praxedes, irmão de Pedro Praxedes, filhos de Praxedes Alves Maia e Maria Idalina da Anunciação. Acontece, que Antônio Praxedes, casou em primeira núpcia com uma senhora da região de Caieiras ( hoje Almino Afonso) e teve dois filhos: Manoel Praxedes que faleceu em Fortaleza e Maria Praxedes que faleceu em Mossoró no Rio Grande do Norte.
Depois deste esclarecimento, volto a falar de “Seo” Basto, descendente deste laço familiar. Homem pacato, dedicado ao trabalho e à criação de sua prole. De repente, viu sua vida envolvida num turbilhão de fatos e versões. Um crime de morte envolvendo parentes seus, modificou completamente sua existência. Catolé Do Rocha, agora, era seu porto seguro ou inseguro? Oito filhos à tiracolo e a incerteza na mente. Um mundo novo à sua frente. Agora sim, enfrentar os desafios e vencê-los. Muitos!
Um mundo novo estava à sua espera. Casada alugada na rua Benjamin Constant, pertinho da residência de nossa avó materna(Mãe Sininha). Alí, ele instalou sua bodeguinha, colocando as mercadorias no chão, já quê, não tinha condições de comprar as prateleiras necessárias. Neste endereço, nascia a famosa bodega de “SEO” BASTO, responsável pela criação dos filhos, e que, ajudou muitos parentes e vizinhos! Tenho plena certeza, que a mão de Deus,esteve sempre na vida daquela figura simples, mas ciente de suas obrigações. “Seo” Basto, era ímpar! Muitos clientes demoravam para pagar seus débitos, e ele, aflito, ficava sempre calado. Alguns até, ficavam sem falar com meu pai, quando eram abordados. Como ele sofria! “SEO” BASTO ERA IMPAR!
O tempo passou…”SEO BASTO, sempre ladeado por sua prima e esposa, viu sua prole crescer, física e intelectualmente. Os filhos, espelhos do pai! O pai, foi um espelho cristalino para os filhos: Pedro(Lé), graduado em Educação Física; Gerusa (a primeira) ,faleceu ainda novinha; Gervásio ( empresário e graduado em Geografia); Francisco (Novo),graduado em Educação Física e empresário no setor de academias; Wellington, funcionário público na cidade de Campina Grande; Gerusa(a segunda), cursou Jornalismo e Direito, mas lamentavelmente, não os concluiu. Seria excelente profissional, em virtude de sua capacidade e inteligência. Ultimamente, foi aprovada em outro vestibular, lá em João Pessoa, onde reside; Genusia (Psicóloga), reside no estado de Roraima; Gerlane (Pedagoga), reside em João Pessoa; Wesley (funcionário público em Catolé Do Rocha), graduado em Administração de Empresas. “SEO” BASTO, nascido no Sítio Bela Flor, e agora, morando com nosso pai criador, é feliz! Os netos seguem os passos dos pais e dos avós, pessoas simples e guerreiras. Ele tinha um desejo em sua mente: Queria muito ter um médico na família. Não teve oportunidade de ver sua vontade acontecer, porque cedo, foi morar com nosso pai criador. Mas no céu, o júbilo e a paz, estampados na sua face, sempre com aquele brilho especial, sei que ele é feliz,porque ele tem uma neta médica (Georgiany). Era esse, timidamente, seu desejo!
Se alguém perguntar, quem foi “Seo Basto”, eu gritarei: ‘ Ele é meu PAI, nosso Pai! Tenho orgulho e gratidão, por ser filho de “Seo” BASTO.
Texto:Professor Pedro Neto (Prof Lé)