Com a confirmação das novas datas da Recopa Sul-Americana, contra o Independiente Del Valle, do Equador, o técnico Vitor Pereira já sabe como serão seus primeiros 60 dias de Flamengo. Mais: que qualquer planejamento para a próxima temporada passa, antes, pela sequência de três decisões que ele terá num intervalo de apenas 32 dias. Uma prova de fogo inédita para qualquer treinador do futebol brasileiro.
A Conmebol comunicou ontem que o jogo de ida, em Quito, será em 22 de fevereiro. Já a volta, no Maracanã, foi marcada para 1º de março. Os confrontos estavam inicialmente previstos para o meio do mês, mas foram remarcados devido à confirmação do Mundial de Clubes da Fifa, no Marrocos, entre 1º e 11 de fevereiro.
O calendário do Flamengo entre a Supercopa do Brasil e a Recopa Sul-americana — Foto: Editoria de arte/O Globo
Pereira pode conquistar três títulos em pouco mais de um mês. Ou já começar a ter seu trabalho questionado em caso de insucessos. A primeira taça a ser disputada é a da Supercopa do Brasil, contra o Palmeiras, atualmente prevista para 28 de janeiro. A confirmação da data e do local da partida só virá após reunião da CBF com os presidentes dos dois clubes.
Em meio a estes compromissos, o português ainda terá que administrar o Campeonato Carioca. A federação até remarcou algumas partidas da equipe rubro-negra para evitar o confronto de datas. Mas o torneio — que, sem a atratividade de outrora, só é visto como um gerador de crises em caso de tropeços — segue no calendário. Entre o jogo contra o Palmeiras e a volta da Recopa, serão quatro compromissos pelo Estadual.
Ao menos o aspecto físico não é visto como empecilho neste momento. Ao todo, o elenco terá 43 dias de férias. A reapresentação está marcada para a próxima segunda-feira. A partir daí, o grupo ainda terá 33 dias até a primeira das decisões. Neste período, fará cinco jogos pelo Carioca. Mas todos contra times pequenos: Audax, Portuguesa, Madureira, Nova Iguaçu e Bangu. Com um elenco numeroso, pode usar estes confrontos para dar rodagem a todos sem desgastar ninguém. Isso sem contar que, nas primeiras rodadas, deve utilizar só atletas da base para prorrogar a pré-temporada.
Logo, o maior peso estará mesmo na avaliação externa e da diretoria sobre o trabalho de Pereira. Importante lembrar que ele será submetido a uma maratona que nenhum outro técnico enfrentou num início de temporada. Este ano, quando o Mundial também foi em fevereiro, o Palmeiras de Abel Ferreira só precisou conciliar o torneio com o Paulista.
Por O Globo
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