A impressão que dá é que a maior parte parece não se importar com a necessidade de haver rodízio, falar sobre oxigenação no comando de um dos tripés da Democracia, o Poder Legislativo.
A pergunta é: por que a maioria esmagadora da Assembleia Legislativa da Paraíba se omite e não cobra com veemência uma alternância de poder no comando da Assembleia Legislativa da Paraíba?
Qual origem do silêncio? Qual origem do desejo de manutenção por oito anos de um presidente. É importante lembrar que não é uma discussão sobre QUEM, mas sobre QUANTO TEMPO.
A impressão que dá é que a maior parte parece não se importar com a necessidade de haver rodízio, falar sobre oxigenação no comando de um dos tripés da Democracia, o Poder Legislativo.
Nos bastidores, até criticam a perpetuação, mas não falam sobre o assunto publicamente, como deveriam. O comportamento é idêntico entre os mais conservadores e os mais progressistas. Um consenso estranho.
Um presidente (do Legislativo) pode ser bom como for, mas a permanência, sem concorrência, sem oposição, sem troca, nunca será saudável.
No caso em questão, quais são os argumentos que o atual presidente Adriano Galdino (Republicanos) usa para convencer os pares de que, depois de quatro anos no comando da Casa, precisa ficar outros quatro anos à frente do Parlamento?
Seria razoável e Republicano a troca periódica. As normas são feitas para isso. E até estava planejado. Um intervalo de um biênio, mas, pelo que se viu na Assembleia, nesta terça-feira (27), de fato, houve mudança de planos.
Branco Mendes
Na tribuna da AL, o deputado estadual Branco Mendes (Republicanos) disse ter acordado com Galdino, Hugo Motta (presidente do Republicanos) e o governador João Azevêdo (PSB) uma alternância no comando da Casa e criticou o desejo do colega de “perpetuação no poder”.
Em um discurso duro, falou que foi “traído”. Segundo ele, o acordo estava fechado: ele no primeiro biênio e Galdino no segundo. A mudança ficou evidente quando o próprio Galdino alimentou a possibilidade de ser candidato nos dois biênios.
Branco, externou um racha dentro da base do governo e do partido que mais elegeu deputados estaduais: oito no total.
“Tenho sido pego de surpresa, sugerindo uma quebra de acordo assumido. Acordo que teve a chancela do Republicanos e do governador João Azevêdo, que é um homem de palavra”.
Para Galdino, Branco disse: “Só lhe fiz o bem e tenho sido correto e leal […] o que disse que faria e reafirmo, permaneço candidato, nem que seja para tirar meu único voto. A perpetuação do poder não é benéfica”, criticou.
A fala gerou um certo constrangimento na Casa. Pareceu cristal quebrado. Basta saber se o movimento do “poder” será para tentar colar ou se quebrou de vez.
Laerte Cerqueira
Doutor em Comunicação (UFPE), professor do Mestrado em Jornalismo da UFPB. Autor do livro A Função Pedagógica do Telejornalismo (Insular, 2018). É repórter, editor e comentarista político das TVs Cabo Branco e Paraíba e CBN/PB.
Angélica Nunes
Jornalista formada pela UFPB, com bacharelado em Direito (Unipê). Atua na cobertura política no Jornal da Paraíba, na CBN e nas TVs Cabo Branco e Paraíba.
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