Em jogo morno, clássico foi cercado de protestos antes mesmo de a bola rolar
Não foi uma semifinal qualquer. Rachados com a Federação do Estado do Rio (Ferj), Fluminense e Botafogo cercaram o clássico de protestos antes de a bola rolar. O mais enfático foi a faixa com o dizer “respeitem a nossa história” trazida ao gramado, uma das várias reclamações contra a Federação. A união, no entanto, durou até o apito inicial.
Ao estilo “amigos, amigos, negócios à parte”, a dupla fez um clássico nervoso — com mais tensão que emoção — no Nilton Santos e mostrou que, apesar das críticas, ser campeão carioca tem importância. Melhor para o Fluminense, que segurou o empate sem gols e avançou à final da Taça Rio. O Botafogo, por outro lado, está eliminado do Campeonato Carioca.
A decisão do turno está marcada para a próxima quarta-feira, no Maracanã, e o adversário será o Flamengo, que venceu o Volta Redonda na outra semifinal. O Fluminense terá de vencer o turno para disputar a finalíssima geral; caso contrário, o Rubro-Negro será o campeão carioca de forma antecipada por já ter vencido a Taça Guanabara e ser o líder geral da competição.
Na semifinal, o Fluminense foi a campo sabendo que avançaria mesmo com o empate por ter sido líder de seu grupo. Porém, a breve vantagem trouxe efeito contrário. Foi o Botafogo quem tomou as rédeas da partida e criou as melhores chances. Duas delas com Pedro Raul, que só não abriu o placar logo nos primeiros minutos graças as boas defesas de Muriel.
A atuação do Fluminense pode ser exemplificada na figura de sua maior estrela: Fred. O camisa 9 só conseguiu finalizar pela primeira vez aos 14 minutos do segundo tempo e mostrava como a equipe estava lenta, previsível e, apesar de ter mais posse de bola, não sabia convertê-la em oportunidades.
O Botafogo quase conseguiu o resultado que precisava após aproveitar a bobagem cometida por Gilberto, que perdeu uma bola dominada no campo de defesa. Na sequência do lance, Honda achou Bruno Nazário na área, que acertou a trave.
As coisas só melhoraram para o Tricolor quando Evanílson e Marcos Paulo trouxeram velocidade à equipe após as saídas de Fred e Nenê, respectivamente. Com eles em campo, o Fluminense parou de tomar sustos — o suficiente em um confronto de nível técnico tão baixo.
Nos minutos finais, Evanílson ainda obrigou Gatito Fernandez a fazer uma grande defesa. Com o regulamento debaixo do braço, foi questão de tempo para o apito final levar o Fluminense à decisão.