O esquema envolvendo a compra do Laboratório Público da Paraíba (Lifesa) pelo delator Daniel Gomes, em sociedade oculta com Ricardo Coutinho, visava habilitar o laboratório junto ao governo federal para a produção de canabidiol.
Os diálogos obtidos pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Calvário, ocorreram em abril de 2017. No início deste mês, a Anvisa liberou a comercialização de produtos à base de canabidiol e sua fabricação no Brasil a partir do substrato importado.
Delator da Operação Calvário, Daniel Gomes, ex-chefe da Cruz Vermelha no Brasil, deu detalhes de um esquema envolvendo a compra do Laboratório Público da Paraíba (Lifesa), numa “sociedade oculta” com o ex-governador Ricardo Coutinho.
A operação foi feita por meio da empresa Troy SP Participações, em nome de dois funcionários seus: Sergio Motta e Maurício Neves.
Interceptações autorizadas pela Justiça mostram Daniel e Coutinho tratando da cessão de 5% das cotas. E a PF aponta que Neves teria participado da entrega de R$ 1,2 milhão em propinas.
Curiosamente, em abril deste ano, Maurício Neves foi indicado pelo BNDESPar para integrar o Conselho Fiscal da Brasiliana Participações S.A, subsidiária da AES Holdings Brasil. Na ocasião, o banco ainda era presidido por Joaquim Levy, que seria forçado a renunciar em junho.
Em maio, Neves foi condenado pela Justiça de São Paulo no processo da ‘máfia do ISS’, do tempo em que era diretor da Unimed Paulistana.
Fonte: O Antagonista
Créditos: O Antagonista