Em entrevista, deputada criticou uso político de ações sociais e explicou iniciativas da ALPB durante a pandemia
A deputada Pollyanna Dutra criticou o uso político de ações humanitárias por parte de prefeituras ao redor do estado da Paraíba. As declarações da parlamentar foram realizadas durante entrevista à Rádio Liberdade FM, na manhã desta quinta-feira (9). Na oportunidade, Dutra reforçou que a assistência social é uma obrigação do poder público nos mais diversos níveis e um direito da população. Ainda durante a entrevista, a deputada destacou as ações da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) no enfrentamento ao coronavírus, como a aprovação, na sessão desta quarta-feira (8), de mais de 160 decretos de calamidade pública na PB.
“A assistência social é um direito dos cidadãos que dela necessitam e não clientelismo, favor ou caridade. Não podemos partidarizar isso, sobretudo agora, quando a sociedade mais precisa do poder público. As entregas de cestas básicas, a distribuição de medicamentos sem escassez nas farmácias básicas e demais ações são obrigações do poder público e não favores. Eu peço que as Câmaras de Vereadores fiscalizem os municípios nesse sentido, porque essa é uma ação na qual não cabe nenhum partidarismo, é uma ação humanitária e é um direito de cada cidadão”, criticou.
Dutra reforçou, ainda, a necessidade de união entre os poderes nos municípios, como, por exemplo, na cidade de Pombal, onde lembrou que outras crises já foram superadas por meio da união de forças. “Quando eu era prefeita de Pombal enfrentamos uma forte seca e, mesmo a contragosto da oposição, fui a Brasília e conseguimos ração para todo o gado. Quem votou contra, na época, era o primeiro da fila para pegar ração do gado e foi muito bem atendido, sem nenhuma distinção. Isso me lembra como é importante trabalharmos com harmonia entre os poderes. E, em Pombal, me coloco à inteira disposição para me unir à gestão municipal, como mediadora, para juntos lançarmos mão de um plano de contingência para Pombal e proteger o nosso povo, que é o que mais me preocupa nesse momento”, destacou.
Decretos de calamidade pública
Ainda durante a entrevista, Pollyanna Dutra explicou a aprovação de mais de 160 decretos de calamidade pública por parte da Assembleia Legislativa da Paraíba na Sessão Extraordinária Remota realizada nesta quarta. Conforme Dutra, foi dado um “cheque em branco” para as gestões municipais para garantir um rápido retorno nas ações de combate ao coronavírus, contudo isso será monitorado.
“Passamos uma grande responsabilidade para os gestores, mas nós exigimos, e inclusive mandaremos para o Ministério Público e órgãos de controle e fiscalização, que as prefeituras apresentem um plano de contingenciamento para o uso desse recurso. Na verdade, a epidemia não chegou ainda nas cidades, mas essas são medidas preventivas. A gente acredita que tomando essas medidas preventivas o vírus não vai circular na região. É isso que queremos: prevenir e não tratar. É preciso que as prefeituras façam isso e comuniquem ao povo”, alertou.
“Eu quero parabenizar a uniformidade da câmara de vereadores em entender que estamos no mesmo patamar e todos votando dando o cheque em branco para o governo municipal agir, mas é necessário que ele aja e não politize, tome as atitudes necessárias porque não podemos deixar o povo morrer para, então, agirmos”, acrescentou.
Hospital de Campanha no Sertão
A parlamentar ainda explicou o pedido feito pelo seu mandato em conjunto com outros deputados para construção de um Hospital de Campanha no Sertão. Apesar de não ter havido uma sinalização positiva por parte do governo do estado, a deputada explicou que ainda terão outros diálogos para garantia de pontos de apoio ao atendimento à população do Sertão. “Seguiremos dialogando com o governo, pois, em uma região com mais de um milhão de habitantes, não podemos não ter uma referência para atendimento aos casos de coronavírus”, finalizou.