Ex-governador é apontado pelo Ministério Público como chefe de organização criminosa que teria atuado enquanto ele esteve à frente do Estado
A defesa do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) rebateu, neste sábado (16), as acusações do Ministério Público da Paraíba contra o socialista. Ele é apontado nas investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) como chefe de uma organização criminosa que teria atuado na prefeitura de João Pessoa e no governo do Estado. A última denúncia protocolada apontou envolvimento entre Coutinho no pagamento de R$ 900 mil em propinas pagas pela Cruz Vermelha Brasileira, no episódio que ficou conhecido como “dinheiro na caixa de vinho”.A última denúncia protocolada apontou envolvimento entre Coutinho no pagamento de R$ 900 mil em propinas pagas pela Cruz Vermelha Brasileira, no episódio que ficou conhecido como “dinheiro na caixa de vinho”.
O advogado Eduardo Cavalcanti, no entanto, nega todas as acusações e aponta o que chama de “perseguição política”. “O Ministério Público da Paraíba, mais uma vez, age de forma abusiva e contrária à lei na incessante busca de perseguir politicamente Ricardo Coutinho. Na nova denúncia oferecida contra o ex-Governador, o MP se aproveita de delações premiadas de pessoas que estavam presas – e que só foram soltas após fazerem acordo – para imputar com base em ilações fantasiosas, sem qualquer prova, uma co-autoria intelectual a Ricardo Coutinho relacionada a fatos dos quais ele nunca participou”, disse Cavalcanti, por meio de nota assinada, também, pelo advogado Rafael Araripe.
A denúncia protocolada no Tribunal de Justiça pelo Ministério Público cita o perfil centralizador do ex-governador e, com isso, o controle sobre todas as iniciativas.
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Sobre o episódio da caixa de vinho, Cavalcanti diz que os valores relatados nas delações de Livânia Farias, Leandro Nunes, Daniel Gomes e Michelle Louzada Tratam da campanha eleitoral de 2018, “na qual Ricardo Coutinho não foi sequer candidato”. “Por esses motivos, a defesa do ex-Governador da Paraíba repudia com veemência o uso do Direito Penal como instrumento de perseguição política, que direciona suas forças apenas para denegrir e imagem de seus alvos e não para realmente apurar os fatos como eles ocorreram”, alega o advogado.
No memorial descritivo da denúncia, a ex-secretária de Administração do Estado, Livânia Farias, aparece como a agenciadora do recebimento do dinheiro. Leandro Nunes, então assessor da pasta comandada por Livânia, foi ao Rio de Janeiro, em 2018, para o recebimento de R$ 900 mil a título de propinas sob o conhecimento do ex-governador. O dinheiro foi entregue em um hotel, na capital fluminense, por Michelle Lozada Cardoso, então secretária de Daniel Gomes, da Cruz Vermelha.
A investigação aponta que o ex-governador tinha conhecimento e até cobrava o pagamento das propinas. Confira trecho de conversa na qual Ricardo, de acordo com o Ministério Público, faz cobranças a Daniel pelo pagamento de propinas:
Por Blog do Suetoni Solto Maior / Jornal da Paraíba