Biscoitos de cactos com matéria-prima da planta Pilosocereus gounellei (conhecida como xique-xique) foram produzidos por pesquisadoras do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Segundo as pesquisadoras, por ser uma planta alimentícia não convencional, os biscoitos de cactos revelaram nutrientes com potencial de produção em larga escala e se mostraram ricos em fibras solúveis e insolúveis e compostos antioxidantes a partir da farinha do xique-xique.
De acordo com uma das criadoras do produto, a pesquisadora Tamires Machado, a planta foi coletada no município de Boa Vista, na Paraíba, e os testes foram realizados no Laboratório de Bromatologia da UFPB e no Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), em Campinas, São Paulo.
“O objetivo foi produzir o biscoito com potencial funcional com a farinha do xique-xique. Foram produzidos dois tipos de cookies, um convencional e um integral. Os testes sensoriais foram desenvolvidos com 123 pessoas, no Instituto de Tecnologia de Alimentos”, disse Tamires.
A produção dos biscoitos foi projeto da tese de doutorado da pesquisadora. O trabalho teve orientação das professoras Maria Elieidy Gomes e Maria Manuela Estevez. Além da farinha do xique-xique, os biscoitos tiveram nos ingredientes produtos como manteiga, açúcar, ovos, nozes, fermento, sal, aveia, chocolate e baunilha.
Segundo a pesquisadora, para a produção do biscoito, os ingredientes foram pesados, misturados à parte, homogeneizados com velocidades distintas em batedeira planetária, com batedor tipo raquete. O tempo da mistura durou cerca de seis minutos. Depois, houve a modelagem dos cookies para serem assados no forno elétrico em aproximadamente nove minutos. Por fim, o resfriamento natural, a embalagem e o armazenamento em temperatura ambiente (25ºC) para as análises.
Os biscoitos foram avaliados, segundo dados da pesquisa, quanto às características físico-químicas, textura, índice de expansão e atributos sensoriais. Neles, os valores de umidade se apresentaram como baixos, o que indicou estabilidade durante o armazenamento. De acordo com a pesquisadora da UFPB, muitas proteínas, fibras e amidos resistentes também se destacaram no produto. Além disso, os testes apontaram que os biscoitos eram ricos em minerais, principalmente cálcio, ferro, potássio, magnésio e manganês.
“Poderão ajudar os consumidores a atender às necessidades diárias desses nutrientes essenciais. Os testes revelaram boa aceitação e intenção de consumo. Os resultados podem ser usados para aprimorar a formulação”, contou.
Ainda de acordo com a pesquisadora, o xique-xique é uma alternativa alimentar no desenvolvimento de farinha com grande potencial nutricional e tecnológico. Além da produção de biscoitos, a farinha poderá ser aplicada em outros produtos, como queijo cremoso ou requeijão. As pessoas nteressadas na comercialização dos biscoitos de cacto podem entrar em contato com a Agência de Inovação Tecnológica (Inova) da UFPB através do e-mail [email protected].
G1 PB