Nesse jogo de política não existem santos, muito menos bobos. Desde quando surgiram informações de um possível encontro entre o ex-senador Cássio Cunha Lima com o senador Veneziano Vital e seu irmão Vital do Rêgo Filho que também é ex-senador e atual Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), o mundo político, leia-se a ala governista, passou a acompanhar de forma simultânea as movimentações políticas do ex-“cabeludo” de Campina Grande que por diversas vezes chegou a negar que nesses encontros pudesse ter tido alguma tratativa política, inclusive, fazendo com que o próprio governador João Azevedo, talvez na sua ingenuidade política desse declarações em público que acreditava na versão do senador Veneziano e não no que disse o ex-senador Cássio Cunha Lima.
Por “coincidência”, depois da manifestação pública de várias lideranças do Partido dos Trabalhadores em favor da filiação ao PT do ex-governador Ricardo Coutinho e dos deputados Jeová Campos, Cida Ramos e Estela Bezerra; ademais da ida à São Paulo do ex-prefeito Luciano Cartaxo para conversar com Lula, eis que de forma surpreendente surge o senador Veneziano Vital do Rêgo com um encontro com Lula que durou aproximadamente duas horas, conforme agenda oficial.
Essas movimentações ficam mais do que evidentes de que há uma grande aglutinação de forças para montar um palanque para o ex-presidente Lula sem a participação do governador João Azevêdo na Paraíba. Ou será que Veneziano irá chegar para o governador novamente e dizer que o diálogo foi fora de uma agenda política? Assim, seria subestimar a inteligência de João Azevêdo.
O que nos deixa claro é que todas essas movimentações do presidente do MDB paraibano vêm desde quando observou a possibilidade de seu partido (MDB) não figurar na chapa majoritária do governador João Azevêdo nas eleições de 2022, conforme disse o deputado Tião Gomes que: “Veneziano queria ver sua esposa Ana Cláudia como vice na chapa de João Azevêdo”. Diga-se de passagem, Ana Cláudia não compareceu durante visita do governador a Campina Grande na última sexta-feira (06), aumentando ainda mais as especulações.
Na verdade, o cenário que se começa a se desenhar é uma estratégia oposicionista para provocar um eventual segundo turno e aí se unirem para derrubar a atual gestão, ou seja, o chamado “acordão”. Se Veneziano for para o segundo turno, o grupo do ex-governador Cássio Cunha Lima, que possivelmente já deve ter “batido o martelo”, apoiaria a candidatura de Vené, e se Romero Rodrigues passar para o segundo turno teria o apoio do grupo de Veneziano, Ricardo e Luciano Cartaxo, apoiando Lula para presidente, em um eventual segundo turno nacional.
Daí o motivo do PSD e PSDB terem acenado a possibilidade de não apoiarem a reeleição de Jair Bolsonaro, pelo menos, até o momento. Talvez por isso, recentemente, Romero Rodrigues ter afirmado que poderia fazer aliança com partido de esquerda. Inclusive, essa afirmação de Romero causou repercussão dentro do bloco bolsonarista. Por sua vez, Nilvan Ferreira, presidente do PTB da Paraíba, respondeu que quem não apoiar Bolsonaro, não terá o apoio do partido na Paraíba.
Dentro desse contexto, a conclusão a que podemos chegar é a de que estamos caminhando para termos na Paraíba três candidaturas com amplas condições de vitória: a do próprio governador João Azevêdo, a da oposição com o ex-prefeito campinense Romero Rodrigues, e a do senador Veneziano Vital do Rêgo que poderá ter o apoio do ex-presidente Lula, do ex-governador Ricardo Coutinho e do ex-prefeito de João Pessoa Luciano Cartaxo que poderá estar voltando ao PT muito em breve.
Que o governador João Azevêdo coloque as “barbas de molho”, pois se não souber se articular, poderá colocar em xeque-mate sua reeleição, mesmo sendo o favorito. Será que teremos de volta o jargão “Lula lá, Vené Cá”? Quem viver, verá.
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Gildo Araújo
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