Governo da Paraíba exclui cloroquina e hidroxicloroquina dos protocolos para tratar a Covid-19

Exclusão tem como base as pesquisas recentes que mostram ineficiência da droga para combater o coronavírus

A Secretaria de Saúde do Estado da Paraíba (SES-PB) excluiu dos protocolos médicos de enfrentamento à Covid-19 o uso da Cloroquina e da Hidroxicloroquina. A decisão foi tomada após as últimas pesquisas científicas publicadas apontarem a ineficiência da droga para o tratamento dos efeitos do novo Coronavírus. As duas medicações, recomendadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), eram utilizadas na Paraíba para o tratamento de quadros mais graves da doença.

Reprodução/Protocolo/Covid-19

O secretário estadual de Saúde, Geraldo Medeiros, atribuiu a decisão às pesquisas mais recentes. “O estudo publicado na revista The Lancet, com mais de 96 mil pessoas testadas mostrou a ineficiência da droga”, ressaltou, lembrando dados da pesquisa que apontam riscos de morte por grupos de pacientes que ingeriram a medicação. As pesquisas mostram que as pessoas com problemas cardíacos podem morrer com o uso do medicamento.

A decisão da Paraíba segue na mesma linha do que foi decidido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e no sentido contrário do que foi decidido pelo Ministério da Saúde. O protocolo nacional foi implantado após dois ministros se recusarem a fazê-lo e pedirem demissão dos cargos. A missão, então, coube ao interino general Eduardo Pazuello, que não é médico. O Conselho Federal de Medicina (CRM) diz que os médicos podem receitar, mas com o consentimento do paciente.

Antes de tomar a decisão sobre as mudanças nos protocolos paraibanos, a Secretaria de Saúde recebeu, também, orientação do Comitê Científico do Consórcio Nordeste. A pesquisa publicada na revista The Lancet também serviu para orientar a OMS. Foram analisados os casos de 96 mil pacientes no mundo todo. O estudo mostrou que não só não há benefícios no uso desses medicamentos contra o vírus SARS-CoV-2, como há um risco aumentado de morte para os pacientes.

Geraldo Medeiros diz que alterou protocolos após consulta a pesquisas científicas. Foto: Reprodução/Secom-P

Por Blog do Suetoni Souto Maior /

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