Presidente da Federação Paraibana de Futebol apoia os quatro times representantes do estado no Campeonato Brasileiro e reforça o desejo de liberar 30% da capacidade das praças esportivas
Os clubes paraibanos possuem um aliado forte na luta pela volta do público aos estádios de futebol. É a Federação Paraibana de Futebol (FPF), liderada por Michelle Ramalho, que se posicionou em favor da retomada das torcidas às praças esportivas da Paraíba mesmo ainda em meio à pandemia do novo coronavírus. Inclusive, a presidente da entidade máxima do futebol do estado abriu diálogo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em busca de adiantar as conversas para conseguir a liberação. O tema tem gerado muita discussão em todo o país, inclusive, debates ácidos entre os times da Série A do Campeonato Brasileiro.
Na semana passada, o Ministério da Saúde aprovou um estudo da CBF sobre os protocolos de segurança para que os estádios consigam receber 30% de sua capacidade total. No entanto, deixou a liberação a critério de cada estado. Michelle Ramalho afirmou que tem acompanhado a movimentação sobre o esse assunto, sendo uma das entusiastas pela volta do público às arquibancadas.
– Tendo em vista que o Ministério da Saúde aprovou, na última semana, um estudo da Confederação Brasileira de Futebol que possibilita a volta dos torcedores aos estádios e arenas prevendo um limite de 30% da capacidade máxima, eu, como representante do futebol do nosso estado e considerando que a economia está retornando gradativamente em todos os setores, sem distinção, defendo que a volta também aconteça na Paraíba para os jogos das séries C e D do Campeonato Brasileiro. É claro, desde que sigam as medidas de segurança que englobam a capacidade máxima de 30%, respeitando o distanciamento social, higienização das mãos com álcool em gel e a utilização de máscaras – disse a presidente da FPF.
E, pensando em adiantar as conversas para recolocar a torcida nas arquibancadas, a mandatária da FPF garantiu que abriu conversas com a CBF, enviando um ofício para a entidade, com o objetivo de conseguir a liberação para as séries C e D do Campeonato Brasileiro. Até então, a Confederação autorizou o debate sobre a volta de público nas séries A e B. Michelle ainda adiantou que tem contado com o apoio do senador da República pela Paraíba, Veneziano Vital do Rêgo (PSB), que, no entanto, entrou em licença nessa terça-feira.
– No momento, estou junto com Veneziano (Vital) tentando viabilizar 30% de torcida nos estádios para os jogos das séries C e D. Já foi liberada a conversa pela volta nas séries A e B. Encaminhei um ofício para a CBF nesse sentido. E o papel de Veneziano é encabeçar essa ideia no Senado Federal – explicou Michelle Ramalho.
O debate tem gerado muita discussão entre as equipes da Série A, federações e a própria CBF. O Rio de Janeiro é quem está conversando sobre a volta da torcida mais rapidamente, com o Flamengo liderando o movimento pela retomada. Todavia, como os demais estados ainda não pretendem liberar, como São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco, o papo estacionou por, pelo menos, 15 dias. E, sem a liberação geral, a CBF decidiu vetar a volta do público já neste momento.
Vale ressaltar que a situação da pandemia do novo coronavírus no Brasil ainda é muito preocupante. Até a última terça-feira, o país registrou 4.780.317 casos e 143.010 óbitos. Isso de acordo com o levantamento do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.
A intenção da CBF é de só liberar a volta do público quando todos os estados dos times representantes das competições estiverem de acordo com a ideia.
Na Paraíba, a decisão ainda deve demorar a ser positiva para a FPF e os clubes. Geraldo Medeiros, líder da pasta na Secretaria de Estado da Saúde (SES), deixou claro que não tem a intenção de autorizar a volta da torcida aos estádios, já que isso poderia acarretar um aumento no número casos do novo coronavírus. No recorte estadual, até a última terça-feira, o governo contabilizou 120.654 casos e 2.816 mortes pela Covid-19.
É sempre bom frisar que, no mês de junho, Geraldo Medeiros garantiu que a prática do futebol profissional não retornaria em curto prazo, já que não se tratava de uma atividade essencial. Contudo, um mês depois, o Campeonato Paraibano foi retomado.
Além de Michelle Ramalho, os dirigentes de Atlético de Cajazeiras e Campinense, que representam a Paraíba na Série D do Campeonato Brasileiro, e de Botafogo-PB e Treze, que disputam a Série C, se posicionaram em favor da retomada dos torcedores.
Por Cisco Nobre e João Cunha