A Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba confirmou um caso de raiva humana. O primeiro desde 2015, quando foi registrado um caso em Jacaraú. Uma idosa de 68 anos, de Riacho dos Cavalos, Sertão paraibano, foi mordida na mão por uma raposa, no dia 8 de abril deste ano, tendo que amputar parte do membro.
Segundo informações obtidas, o resultado do exame laboratorial foi dado nessa quarta-feira (24) pelo Instituto Pasteur, com resultado detectável (com variante viral característica canídeos silvestres).
No dia 9 de abril, a mulher procurou uma Unidade Básica de Saúde e não tinha registro de cuidados após ter sido ferida.
Então, no dia 10 de junho, ela foi internada no hospital de Catolé do Rocha, com sintomas de raiva humana. Ela tinha disfagia, espasmos, desorientação e agitação psicomotora. No mesmo dia, ela foi transferida para o Hospital Universitário Lauro Wanderley, o HU de João Pessoa, referência no tratamento do caso. Foi coletado material para exame em laboratório de referência, com confirmação obtida ontem.
A mulher está internada em estado grave, porém estável, entubada. Segundo a nota da SES, “mesmo com sedação apresentou movimentos de membros, espasmos e disautonomia.”
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou, nesta quinta-feira (25), um ofício circular com alerta para medidas de prevenção da raiva humana. A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e é transmitida para os humanos pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura ou lambedura desses animais. O vírus ataca o Sistema Nervoso Central.
“Trata-se de uma doença extremamente aguda e com letalidade de 99,9%. Com base em orientações do Ministério da Saúde, a SES alerta a população para que redobre os cuidados preventivos, principalmente no trato de cães e gatos domiciliados, semi-domiciliados e de rua, além de outros animais como bois, porcos e cavalos. É muito importante evitar ao máximo os acidentes com esses animais e animais silvestres”, alertou a gerente executiva de Vigilância em Saúde da SES, Talita Tavares.
No Brasil e no mundo, os cães ainda são considerados responsáveis por mais de 90% da exposição do homem ao vírus da raiva e por mortes em seres humanos pela doença. “No caso de agressão por parte de algum animal, a assistência médica deve ser procurada o mais rápido possível. Se for uma possível exposição ao vírus da raiva, é imprescindível a limpeza do ferimento com água corrente abundante e sabão ou outro detergente, em seguida antissépticos. A limpeza cuidadosa tem que ser feita o mais rápido possível após a agressão e repetida na unidade de saúde, independentemente do tempo transcorrido”, orientou o chefe do Núcleo de Zoonoses da Secretaria, Francisco de Assis Azevedo.
A vacinação anual de cães e gatos é eficaz na prevenção da raiva nesses animais, o que, consequentemente, previne também a raiva humana. Deve-se sempre evitar se aproximar de cães e gatos sem donos, não mexer ou tocá-los quando estiverem se alimentando, com crias ou mesmo dormindo. A SES orienta, ainda, a nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente quando estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais.
“As vacinas antirrábicas estão disponíveis nas 12 Gerências Regionais de Saúde da Paraíba. Já o soro antirrábico humano fica disponível nas unidades de referência: Hospital General Edson Ramalho (João Pessoa), Hospital Regional de Trauma Dom Luiz Gonzaga (Campina Grande), Hospital Regional Deputado Janduhy Carneiro (Patos) e no Hospital Regional de Cajazeiras”, informou Assis.
Por ClickPb