‘Não vamos adiar o Enem’, afirma ministro da Educação

A declaração, feita durante entrevista à CNN Brasil, ocorre em meio a apelos de candidatos por mais um adiamento da prova.

O ministro da Educação do Brasil, Milton Ribeiro, em foto de outubro de 2020. (Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo)

RIO — O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou nesta terça-feira que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não será adiado em função da pandemia da Covid-19. A declaração, feita durante entrevista à CNN Brasil, ocorre em meio a apelos de candidatos por mais um adiamento da prova, que estava prevista para novembro de 2020, por conta dos riscos sanitários relacionados à disseminação em alta do novo coronavírus pelo país.

A demanda ganhou força nos últimos dias através das redes sociais e de uma peça jurídica formulada pela Defensoria Pública da União. O Brasil enfrenta alta na média móvel de casos e óbitos e a situação tem se agravado em diferentes estados. O próprio diretor responsável pelo Enem no Inep, Carlos Roberto Pinto de Souza, que chefiava a pasta de Avaliação da Educação Básica do órgão, faleceu aos 59 anos vítima da Covid-19.

Segundo Ribeiro, os pedidos pela postergação do exame fazem parte de uma “minoria barulhenta” e as medidas de segurança estão garantidas.

— Não vamos adiar o Enem. Primeiro porque tomamos todos os cuidados de biossegurança possíveis. Queremos dar tranquilidade para você que vai fazer a prova, assim como aconteceu no domingo, em menor proporção, claro, no exame da Fuvest (exame de vestibular da USP) — disse o ministro da Educação à emissora.

O Enem terá duas versões: uma presencial, a ser realizada nos dias 17 e 24 de janeiro, e outra virtual, prevista para 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Os candidatos só puderam se candidatar a uma das modalidades. Inicialmente, o exame ocorreria em 1° e 8 de novembro do ano passado na edição impressa e 11 e 18 de outubro na versão digital.

O exame tem 5,7 milhões de inscritos. Ainda no âmbito dos riscos da Covid-19, Ribeiro defendeu a atuação da pasta na mitigação dos desafios sanitários e disse que a perda do exame significaria um empecilho no acesso dos estudantes às escolas federais e públicas, embora não esteja claro que mais um adiamento implicaria no cancelamento do exame, que não está na pauta dos vestibulandos.

— Neste ano, colocamos muito mais recursos para alugarmos mais salas, para haver o distanciamento preconizado pelas autoridades sanitárias — afirmou Ribeiro à CNN. — É bom eu aproveitar essa oportunidade para dizer que um semestre a menos, se perdermos o Enem, vai atrapalhar toda a programação de acesso dos estudantes às escolas federais e públicas.

Na mesma entrevista, o ministro da Educação lamentou a morte do diretor do Inep pela Covid-19, mas defendeu que a vida “não pode parar”:

— Era uma pessoa muito dedicada, muito querida por todos nós. Ele estava internado há alguns dias e registramos isso com pesar. Quero registrar a morte de outro educador, o Antônio Veronezi, muito amigo meu, muito dedicado, que faleceu de Covid-19. Mas a vida continua, não podemos parar. Temos que seguir em frente.

Por O Globo

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