Por Misael Nóbrega: Só não façam mais de junho o mês mais triste que há no ano

UMA POR DIA… Só não façam mais de junho o mês mais triste que há no ano* (27/01/2020)

Na celeuma do “vai ter ou não vai ter São João”, só existe uma verdade: todos querem a realização da festa. A discussão foi antecipada, porque há prazos a cumprir: ou é agora ou não é mais. Os artistas já estão ficando sem datas. Antes ninguém vendia os shows sem negociar com Patos. Com a não realização do São João do ano passado, outros municípios cresceram ainda mais os seus ‘arraiás, e isso redesenhou o roteiro turístico de eventos na Paraíba.

A missão número um é retomar o prestígio da festa, só que para isso não se pode realizar qualquer evento – tem que ser “o” evento. Embora seja uma festa tradicionalmente religiosa, o que atrai as pessoas – Além das quadrilhas e da fogueira, da comida típica à base de milho, dos doces e brincadeiras, do calor humano e das pessoas bonitas… – São as grandes apresentações musicais e artísticas. E, para isso, precisa-se de patrocínio e captação de recursos.

Uma festa que movimenta milhões de reais, não pode ser descaracterizada, desqualificada. Além da tradição cultural, o que já é critério de legitimidade, traz divisas para o município e gera emprego e renda. Ou alguém duvida? Se não fosse assim, o São João de Campina Grande não mais existia, nem o de Caruaru, nem o de Santa Luzia… – Tem São João em Aracaju, tem São João em São Luiz, tem São João em Mossoró, tem São João em Teresina, tem São João em Petrolina, tem São João até nos cafundós… – E todos são grandiosos, assim como o de Patos já foi um dia.

Não podemos dar um passo para a frente e dois para trás. E se todos querem a realização do São João, vamos fiscalizar, questionar, criticar… – sim, sim, sim… – Não deixar que metam a mão na cumbuca, – Mas, também, propor ideias e apontar soluções. O São João não é de Dinaldo, de Nabor, de Francisca, de Dinaldinho, não é de nenhum vereador. O São João é do povo de Patos e para ele deve voltar antes tarde do que mais nunca… – Na forma tradicional, terceirizada, privatizada, o escambau… – Vamos nos reinventar! Só não façam mais de junho o mês mais triste que há no ano. “São João acende a fogueira do meu coração”.

*Misael Nóbrega de Sousa

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