Essa história de apenas aos partidos ser permitida a atuação política está muito fora de moda. A ideologia, como corrente de pensamento e bandeira de luta, estimulando a expressão de relações entre classes sociais, foi para o espaço faz tempo.
Prova disso, são os conchavos feitos às vésperas das eleições para ampliar as chances das coligações na direção de um projeto eleitoral. E que se danem os processos articulados e a fidelidade partidária. As diluições ideológicas deram espaço às conveniências políticas e acabaram criando as famigeradas legendas de aluguel.
E essas “alianças estratégicas” é geram uma confusão na cabeça do eleitor que, desorganizado socialmente, passam a não mais acreditar na política, justamente, pela falta de preceitos éticos, culturais, moralistas e de respeito.“Todos os homens se julgam capacitados para a política (…) somente os mais capacitados intelectualmente estão preparados para exercer a administração da cidade em benefício de todos”. Não é preciso ir lá em Platão para entender que a arte da política é mesmo para poucos.
Destaco a resistência dos coletivos que, por conta de suas atuações dialógicas, buscam modificar o cotidiano das cidades, atentando às pessoas para as suas responsabilidades.
O fato é que a política precisa se reconectar com a sociedade para não afugentar os homens de bem. Temos que fazer surgir novos líderes, quebrando essas estruturas rígidas de poder, em favor da democracia… – Que aos poucos vem sendo asfixiada por ela mesma.
Por Misael Nóbrega