O ano era 1970. Brasil tri-campeão do mundo. Época de ditadura. Emílio Garrastazu fez a festa. O futebol era a válvula de escape para o povo. Para os políticos um palanque, verde e amarelo. O Governador de São Paulo, Paulo Maluf (UF), presenteou para jogador campeão, com um Fusca (“Bola” da vez). Festa! Jogador pilotando Fusca e o superfaturamento na justiça. “As jogadas ensaiadas” vêm de longe… Desde o “descobrimento” que o pau-brasil era “troféu” nas mãos de alguns.
O futebol na terra de Zeno, Batista, Doca, Zé Formiga, Zé Zirne, Modesto, Janeide, Chareta, ainda comemorava a conquista da Seleção Canarinha: Félix, Carlos Alberto, Brito, Piaza e Everaldo. Clodoaldo e Gerson, Jair, Tostão, Pelé e Rivelino. Eram esses os comandados do Mário Jorge Lobo Zagalo. Ah! Já estava esquecendo. O assunto aqui é um clássico que aconteceu: Dom Vital X ABC, jogo realizado naquele educandário (O futebol era praticado ali).
O time era formado com alunos da escola e alguns convidados. Lembro de Cisinho (era também conhecido como Frei Miguel), Legal, Gilson Ribeiro, Veloz, Eudinho (conhecido como Papado), irmão de Cisinho que era o goleiro da equipe de Frei Marcelino. Por parte do ABC: Chico de Palmira (irmão de “Ciço” priquitin e Nenen de Augusta que depois jogaram no ABC), Zé de Daniel, (conhecido como Rildo), Gentil de Tôta, Zé de Artéfio (conhecido como Zé de Astéfio), o Rei Beba, e tantos outros, da equipe comandado por José Viana Filho, mais conhecido como Zé Preto de Maria Presente. E o jogo? Sim! ABC 3 X 0 Dom Vital, dentro do “terreiro” deles, dizia o falastrão Beba, por sinal, irmão de Zé Preto, tio de Nenen três litros de leite, que era filho de Chico “Véi” do Baixio. A torcida da “Baixada” era só alegria! Parecia até que tinha sido o ABC (o padrão era o mesmo da Seleção Brasileira. Só faltavam as chuteiras. Os jogadores atuavam descalços) tri-campeão do mundo!
No início, falei em dois amistosos. O segundo nunca aconteceu. Esse foi o jogo da imaginação. Naquela época faltava também campo de futebol (existiam muitos campinhos de “pelada”). Foi nesse período que teve início a construção do Beneditão (depois ficou sendo chamado Campo do Tabajara). O que poderia ser a redenção do nosso futebol, terminou sendo um “gol contra” do prefeito da época, que doou nossa principal praça de esportes (construída com dinheiro público) para um dos times de nossa cidade, detrimento das outras equipes, que continuaram sem campo, bola e futebol.
E o amistoso? Ah! Esse nunca aconteceu! No placar do tempo, sem campo e sem bola, zero a zero! Os times escalados; ABC: Chico de Palmira, Chico de Aretuza, Chico de Boboi, Chico Véi e Chico de telão, Chico “Cassaco”, Chiquinho de Laura (conhecido como Cutia) e Chiquinho de Canoa; Chico Farinha, Chico Baleia e Chiquinho de Bem. A outra equipe definida: Zé Negão, Zé Moreno, Zé Carlos, Zé de Amadeu e Zé de Cudose; Zé de Daniel, Zé de Astéfio (esse nome, Artéfio, foi colocado em homenagem ao grande chefe político, Artéfio Bezerra, da cidade de Serra Negra – RN) e Zé de Totô, Zé Maria, Zé Filho e Zé de Mocinha (Várzea).
Nesse Clássico que não aconteceu todos jogaram futebol. Contemporâneos ou não, jogaram sim! E o placar? Zero a Zero!
*Texto do Professor Pedro Alves Praxedes Neto (Professor Lé)
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conheço o Professor Pedro Praxedes ; que por acaso e meu Conterrâneo de Brejo do Cruz….