Por Professor Pedro Neto (Professor Lé): O Pançudo

Figura esquisita esse Galego. Famoso rapaz velho (ficou no caritó). Nasceu lá no Alto dos Carneiros (alto dos doidos), município de Riacho dos Cavalos. Parente próximo de Dodote, Cú de Zira, Chefin e outros… É descendente da família Vieira (ele diz que é o mais importante da raça).

Conheço Van bodegueiro há muito tempo. Sempre o encontrava na Rua Adolfo Maia. Sempre conduzindo um caderno. Parece que não usava caneta. O material escolar era um pretexto para comer a merenda da escola. Muito conhecido no meio da comunidade escolar. Principalmente pelos Diretores das escolas onde merendava (estudar??). No Círculo Operário foi expulso. Dezessete anos nos bancos escolares. Só gastando farda. Depois dos 17, ainda passou 6 meses no velho Estadual. Tempo suficiente para se formar. Saiu fichado. Nunca se preocupou com aula. Merenda era sua alegria.

O tempo passou. Van (só para os íntimos) já fez de tudo nessa vida. De cachaceiro a vendedor de tudo. Agora é bodegueiro. Por quanto tempo o Galego de Riacho vai ficar no ramo de cereais… Deus sabe.

Um certo dia, conversando com um ex-professor de Van, perguntei: Era bom aluno o Pançudo? ‐ Professor: “Eu colocava nota só pra ele não ir pra aula. Fica olhando para as meninas!” Esse era Van, o gordo mais Enxerido da escola. O Galego da bodega passou por várias escolas: Luzia Maia; Círculo Operário; Sergina Laura; Catarina Maia; Obdúlia Dantas. Com todo esse tempo… O Galego bem que podia ser um doutor.

O Galego de Riacho (Van) é um rapaz velho que já teve vários casos amorosos. Sua maior paixão é Anailza sua prima. Dona Bilau (mãe dele) não aceita tal namoro. Talvez seja esse o motivo das carraspanas do Pançudo, ficou doente. Foi ao medico (seu parente). Perguntou: “Posso tomar uma?”… O Doutor: “Não pode encher o bucho”.  O Galego não encheu o bucho funções. Destaque como segurança.  Nessa profissão teve passagens bizarras: Vaquejada no Sítio Cachoeira. Chega um casal para guardar o carro. De repente o motorista ameaçou atirar em Van. Disse o irritado marido que o segurança tava piscando o olho para sua esposa (ele pisca os olhos direto). Sorte do pseudo namorador que apareceu Zé do Bico, seu colega de trabalho. Outra epopéia do segurança da Águia, foi no bar do PG. Outra vez, Van era o responsável pelos carros. O vigia sentiu vontade de fazer xixi.  Quando voltou, tinha bronca. Faltava um carro. Era o Fiat 147. O dono carro queria… Cadê meu carro? Até hoje rola essa confusão. Os restos mortais do Fiat 147 estavam numa sucata na terra do Padim Padre Ciço.  O roubo do Fiat 147 foi parar na justiça. O Grupo Águia foi dissolvido. Depois dessa, Van Cassiano nunca mais quis ser “segurança”.

No momento que faço esse texto, o Galego do Alto dos Carneiros tem vida nova… Agora é  bodegueiro. Não vende fiado. Fui lá.  Só entrega a mercadoria, se o cliente entrega primeiro o dinheiro.

Não tem acordo….Fiado cresce!

Nessa vida cheia de loucura, o “Gajo” já teve alguns dissabores. Bebendo cachaça na casa de um amigo… Confusão! A esposa do farrista dono da casa… Brigou com o marido… Brigou com o representante do Alto dos Carneiros… Foi “peia!” A confusão terminou na polícia. Foram detidos. Van aproveitou e assistiu à novela. Foi liberado. Nunca mais quis beber cachaça na residência do tal amigo. “Mulher braba”  ‐ Ele disse: O pior “doido” foi ser levado para a polícia”. Tempos depois Vanzim Carneiro entrou em outra bronca: Foi convidado por João Praxedes Filho(João de Tarcina) para visitar Patu – RN. Não deu outra. Cachaça. Na volta para Catolé Joãozinho não pensou duas vezes. Ou pensou? (imagine o pensamento daqueles dois). João pilotando sua saveiro, invadiu o Posto Fiscal e imediatamente foram anotados pelo soldado que estava de plantão. O pior: O soldado acreditava que o culpado era Van Cassiano.  Ele disse: “Aí é  moleza!” Perguntei a Joãozinho: O que aconteceu?  Joãozinho: “Eu só queria testar a coragem de Van”.  Tudo resolvido. Os dois foram liberados.

Um certo dia, conversando com o “segurança ” do Fiat 147, indaguei:  Depois dessas, já foi preso outra vez?     Ele: “Comício em Riacho dos Cavalos, fui bater lá. Pense numa besteira”.  Falei: O que aconteceu?  O Gajo: “Homi, era comício de Capuxim. Fui só tomar cachaça. Na volta, perto do Alto do Cupinho, a moto furou o pneu. De repente a polícia chegou. Eles pensavam que era assalto”.   Eu: Preso de novo?   O Pançudo: “Vim na viatura até Catolé. Fui liberado. Os policiais ainda disseram: “Não se acostume não viu Pançudo (Gordo), na próxima vez, vai para o xilindró”. Perguntei: E você? Ele:” Ia dizer o quê meu amigo!?” 

Uma figura esse Van. Tem uma mania: Sempre que um pai de família, ele “arrodeando” a casa do falecido.  Entra e fica rezando, perto da viúva.   Olhou pra mim e disse: “Gosto de ajudar os mais fracos”.

Certo dia Van foi tomar cachaça em Riacho dos Cavalos. O bar escolhido foi de Expedito (Seu tio). Bossal. Desistiu da cachaça e pediu cerveja. Tomou várias.  Na hora de pagar a conta, falou: “Ti, depois eu pago”.  Expedito sentiu que aquela visita, daria prejuízo.  Não é todo dia que aparece um sobrinho daquele “marca”. Expedito, coitado, avisou o bigodão… estava Mais vermelho (ele é  vermelhão) . Olhou… Pensou.  Aí disse: “Em Catolé não tem cachaça não? Cerveja só tem aqui? Ivan ainda falou:” Eu pago viu Ti “… Eu: Pagou? Ele: ”Paguei. Sai aleijado”.  É  assim que gosta de chamar-me.

O Pançudo gosta de chamar todo mundo de “fresco”.  Onde passa é abordado. As pessoas gostam de “mexer” com ele.  E ele: “Sai fresco”.  Tem muitos amigos. Todos gostam de falar com ele.

Sai pelas ruas da cidade, vendendo doce ou fazendo rifa. Anda sempre com duas latas de doce numa sacola. Nesse dia é rifa na certa.  Dizem que suas rifas, tem sempre o mesmo ganhador. Aí funciona o jogo do “tapia” (combinação entre o jogador e o dono da rifa). Sei não. Dá pra desconfiar. Afonso César Barreto sabe do “jogo” do Pançudo. Por falar em Afonso, ele disse: “O doce do Galego é bom porque não dá diabete. Não tem açúcar”.

O tal ‘Gajo’ tem virtudes: É manso, sabe guardar segredos. Nunca sabe de nada. Nunca viu nada. Eita! Ele tem um sonho: Casar com o amor de sua vida e morar na Caatinga… Quem sabe, Poço Verde… Ou até nas Batatas. Difícil é Dona BILAU, aceitar esse casório.  É, parece que o Pançudo nasceu para viver como cachorro de vaqueiro: Sozinho!

Por Professor Pedro Neto (Professor Lé): O Pançudo

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