Professor Pedro Neto (Professor Lé): Mazaropi

Professor Pedro Neto (Professor Lé):

Se eu falar José Pereira, muitos não saberão de quem estou falando. E Galego? Esse é o nome carinhoso, pelo qual ele é tratado no seio familiar. Agora, se eu falar em Mazaropi, com certeza, toda comunidade catoleense, conhece esta figura folclórica e carismática de nossa cidade.

Conheço Maza há muito tempo.  Desde a época que ele estudava na escola municipal Antônio Gomes de Arruda Barreto, localizada no Bairro do Batalhão (para alguns, Bairro Capitão Sosígenes).

São muitas as histórias a cerca do filho de Dona Joaninha. Por onde ele passou, uma aventura ficou registrada na vida do Galego de Genézio. Há tempos atrás, Maza foi morar com uma família catoleense, residente em Aracaju, capital sergipana. Mazaropi saiu pilotando uma bicicleta em alta velocidade pelas ruas de Aracaju. Fim dramático para o piloto desavisado. Acidente gravíssimo!Muitas escoriações; algumas fraturas e muitos pontos na cabeça do ciclista “voador”.

Conversando com ele, indaguei: ‘ Sofreu muito com o acidente?’——Aspas prá ele: Minha cabeça tem mais pontos do que uma bola de futebol.  Falei: ‘ E o acidente de Brejo dos Santos foi grave?’——Ele: Eu soube que o Governador Cássio Cunha Lima tava lá, Conversando com o Prefeito Dr. Lauri. Aí disse pra mim mesmo: Vou já ao Brejo, ver meu Governador.  Oi doido, já estava muito escuro, quando cheguei alí pras bandas do sítio Pilar vinha dois faróis empareiados. Eu ia ligeiro, prá ver Cássio.  Aí pensei: Vou passar mermo no mei daquelas duas motos….meti a mão no acelerador…quase me “lascava”—–era um jeep! Foi bater e eu no chão,  quase morto! Fui escapar em Campina Grande. E o pior é que nem vi o “menino de papai “(assim era chamado o Governador Cássio no período de campanha).

Maza ainda Sofreu outro acidente grave, alí nas imediações da Igreja de São José no bairro do corrente,  quando tentava ultrapassar uma caçamba que transportava material de construção. Mais uma vez o piloto (de moto outra vez. A bicicleta ficou numa sucata lá em Aracaju) foi mais forte. Venceu mais um acidente.

O Galego de Genézio teve uma passagem pelo mundo empresarial. Alí perto da Praça Prefeito José Sérgio Maia,  ele foi proprietário do barraco do MAZA. Foi nesse período que a célebre prisão do famoso Mazaropi pelo Juiz de nossa cidade. Período eleitoral. Em vigência, a lei seca. No barraco da rua das três pedras a cachaça “dava no meio da canela”. O Juiz eleitoral tomou conhecimento, da venda desenfreada de bebidas alcoólicas no botequim do Galego.

O Juiz enviou um oficial de justiça com o objetivo de intimar o infrator que fazia a alegria da turma etílica.  Chegando ao boteco,  o homem da justiça foi direto: ” O Dr. Juiz está intimando-o a comparecer ao fórum Desembargador João Sérgio Maia, para tratar de assunto concernente à venda de drogas ilícitas,  mais precisamente o uso exacerbado de bebidas alcoólicas. Ele,  o Dr Juiz,  dentro dos trâmites legais da lei,  pede seu comparecimento em tempo hábil.”  O Galego pigarreou e disparou: Diga ao miserinobis ( meritíssimo) delegado,  que estou irresponsavelmente cumprindo meu dever enquanto cidadão privado,  na plenitude de uma demagogia que forma a insignificância da soberania vulgar e incabível na suplência de um Juiz covardemente indecente, e que ainda,  dentro das impurezas de uma vida improdutiva nesta época de muitos tumultos votantes e democraticamente,  Diga a ele, que se fosse um soldado de policia eu não ia, imagine um Juiz de Direito que não usa nem farda.” O oficial de justiça voltou ao fórum,  e cumpridor de seus deveres,  e dono de um falatório,  judicialmente falando, como bem dizia o Galego de Genézio,  relatou tudo ao Meritíssimo,  que imediatamente enviou a polícia militar para efetuar a prisão de um ” elemento nocivo ” à tranquilidade da contenda eleitoral.

Presente ao fórum, estava o causidico catoleense,  Dr. Neto Martins,  que teve um diálogo com o Dr Juiz   informando a real situação do empresário da rua das três pedras,  que logo em seguida,  chegou “guarnecido ”  pela polícia.  Depois de uma boa conversa e gargalhadas,  o infrator etílico é liberado. Ele ainda teve uma pergunta: “Doutor   agora eu sei,  dentro das picuinhas da juizada  meridional das injustiças estelionatarias,  que um juiz é  mais importante do que um soldado formado, eu tinha , dentro das minhas conclusões ilusitórias,  que a farda era mais indefectível que a roupa do Dr. Juiz.  Assim eu quero perguntar: Eu posso vender cachaça escondido do senhor?  Garanto que ninguém vai ver! Eu fico prontamente conjugado com o senhor,  que na minha desinteligencia, catolicamente ou protestantemente falando  é muito importante, garanto uma indisciplina só para o senhor. Garanto ao senhor que eu vendo a “branquinha “…

Voltando a vida empresarial de Maza, veio à lembrança,  o período que ele foi proprietário de um barraco ao lado do Banco do Brasil.  Fato interessante: o freguês pedia um copo de suco. O copo cheio dificultava o deslocamento do Galego com o tal pedido. Ele encontrava a solução facilmente: colocava o copo na boca e tomava um gole do suco, e entregava o restante para o cliente. Tudo resolvido!

Maza, figurinha carimbada, circulava pelas ruas de nossa cidade   com um lenço na boca  quando alguém: ” Extraiu um dente?”——Ele:”Arranquei mesmo!”

De outra feita, Mazaropi pedalava sua bike em alta velocidade. Rua esburacada, o filho de Genézio ( aquele mesmo do PC do B) foi ao chão. Quando viu que estava sendo observado, gritou: “Também não tem freio a “bichinha!”

O orador de comício (participou de muitos em Catolé) trafegava na rua Adolfo Maia, quando, um curioso ou inconveniente ( fico com o segundo), perguntou: ” Em que dia sua filha nasceu?”——-Ele: ” No dia em que a poica de Bajinhha (Catoleense residente em João Pessoa) , pariu!”  Pode? Sim. Maza não fica sem resposta!

São muitas as histórias de Maza, Mazaropi, Galego ou José. Lamentavelmente, tornou-se alcoolatra. Agora reside novamente rua Benjamim Constant  junto aos seus pais.

Um fato que jamais esquecerei: Estive convalescendo por um bom período, em decorrência de um acidente automobilístico,  e todos os dias recebia a visita desta figura, dono de um grande coração no peito de um menino. Mazaropi é a cara do povo do jeito que ela é (saudades de Paulo Pontes) !!!!

Por Professor Pedro Neto (Professor Lé)

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