Reeleito, Sérgio Santos Rodrigues define maior desafio no Cruzeiro: “Manter um time competitivo”
Em meio aos protestos da torcida durante esta quarta-feira, Sérgio Santos Rodrigues foi reeleito presidente do Cruzeiro. Ao lado dos vices Lidson Potsch Magalhães e Biagio Teodoro Peluso, comandará o clube até 2023. A votação ocorreu no Parque Esportivo do Barro Preto, enquanto torcedores se manifestavam do lado de fora.
Nesses cinco meses de gestão (foi eleito em maio para completar o mandato de Wagner Pires de Sá, que renunciou em 2019 após uma série de denúncias contra sua administração), Sérgio Santos Rodrigues enfrenta grandes obstáculos, sendo alvo de cobranças dos torcedores. Um grupo chegou a invadir a Toca da Raposa nesta quarta-feira pela manhã e ameaçou, também, invadir o Parque Esportivo do Barro Preto, durante a votação.
Com o time na zona de rebaixamento da Série B do Campeonato Brasileiro, salários atrasados, dívidas na Fifa que impedem o clube de registrar novos jogadores, entre outras demandas de urgência, o presidente celeste fez um balanço da gestão até o momento e entende que a pressão, daqui para frente, não será tão diferente da que vem encarando.
Em entrevista exclusiva ao ge, Sérgio Rodrigues ressaltou o entendimento de que a diretoria fez o que era possível dentro do cenário encontrado durante o mandato tampão. Para o futuro, o maior desafio, segundo o mandatário, será o de manter um time competitivo em meio à situação financeira delicada do clube. Em 2021, o Cruzeiro festeja o centenário.
– Faço um balanço positivo, diante de todas as dificuldades que encontramos quando assumimos o clube, não somente no âmbito financeiro, mas também administrativo e esportivo. Iniciamos o campeonato com a perda de seis pontos e sem público nos estádios, o que não nos permitiu arrecadar como gostaríamos. A única coisa que gostaríamos é de estar numa posição melhor na tabela de classificação no Brasileiro, mas confiamos muito que vamos conseguir subir e continuar fazendo esse trabalho”
“Os maiores desafios continuam sendo os mesmos. Mas acho que o de maior destaque é conseguir manter um time competitivo, performar bem nas competições que disputarmos, e conseguir casar isso com os problemas administrativos e financeiros, tendo ainda uma geração de receita menor. O desafio é equilibrar tudo isso, pois fazer time com dinheiro é muito fácil.”
Diante de todos os problemas que surgiram nos últimos meses, o presidente celeste não se surpreendeu em relação aos desafios que encontrou na gestão. Segundo ele, todas as questões já eram, de certa forma, esperadas pela chapa eleita em maio.
– Nós já esperávamos que todo o processo seria complicado devido às situações já citadas anteriormente, pela forma como o Cruzeiro nos foi passado. Mas a gente se cercou de pessoas boas para gerir o clube. Eu já tinha experiência dentro do Cruzeiro, na área do futebol, e sei que fica tudo bem quando o time tem um resultado positivo, mas tudo se torna ruim quando perde. Isso influencia no julgamento que as pessoas fazem da administração. Mas estamos preparados, sabemos que teremos cada vez mais desafios e asseguro que vamos superar todas as dificuldades.
Por Guilherme Macedo, Lohanna Lima e Rodrigo Fonseca