TJD-PR pune Cascavel CR com 180 dias de suspensão por falsificação de testes de Covid-19

Decisão, no entanto, só pode ser cumprida após todos os recursos se esgotarem. Apenas um membro da comissão é punido. Demais jogadores e funcionários são absolvidos. Procuradoria vai recorrer

O Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR) absolveu os atletas e puniu o Cascavel CR em multa de R$ 20 mil e suspensão de 180 dias pela suposta falsificação de 14 testes de Covid-19, no jogo contra o Athletico, pelo Campeonato Paranaense.

Entre os 14 denunciados, o único punido foi o membro da comissão, Anthony Perekles Gonçalves de Almeida, com 360 dias de suspensão e multa de R$ 10 mil. O procurador do TJD-PR, Pedro Henrique Val Feitosa, já informou que vai recorrer da decisão.

– Não consideramos corretas as absolvições, bem como acreditamos que as penalidades foram diminutas em razão da gravidade do ocorrido, disse

A punição ao Cascavel CR será aplicada após todos os recursos de defesa por parte do clube, o que não interferiria no andamento do estadual. Já a multa tem que ser ser paga em até cinco dias.

O entendimento do TJD-PR é que os jogadores denunciados não tiveram culpa pela acusação de falsificação. A decisão foi unânime. A suposta falsificação dos testes de Covid-19 pelo Cascavel CR ainda é investigada pela Polícia Civil.

O caso teve início em 22 de abril, em jogo da quarta rodada do estadual. O Cascavel CR anunciou a escalação para encarar o Furacão, mas a Federação Paranaense de Futebol (FPF) vetou Lapa, Castro e Gabriel Oliveira – que seriam titulares – minutos antes do jogo.

A FPF entrou em contato com o laboratório que seria responsável pelos exames. O laboratório confirmou a falsificação, e a Federação divulgou uma nota oficial em que afirmava ser “tentativa de falsificação de exames RT-PCR para a detecção da Covid-19”.

O Cascavel CR, denunciado pelos artigos 191 e 234 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), podia levar multa de até R$ 200 mil e receber uma suspensão de 180 a 720 dias.

Já três jogadores, três membros da comissão técnica, três dirigentes e cinco membros do staff do clube tinham sido denunciados pelo artigo 234 e poderiam ser suspensos por até 360 dias.

Entenda o caso

Quatro jogadores do Cascavel CR foram vetados na Arena da Baixada, pouco antes do jogo contra o Athletico. Lapa, Castro e Gabriel Oliveira seriam titulares, enquanto Enzzo, outro vetado, não teve seu nome na relação apresentada. A Federação alegou que os exames para Covid-19 foram falsificados, e o clube disse que eles sentiram febre.

Contratado para os exames de Covid-19 do Cascavel CR, o laboratório confirmou que o clube falsificou laudos e documentos apresentados para a Federação. O laboratório ainda afirmou que eram 14 laudos irregulares, e não apenas os quatro dos jogadores vetados antes da partida.

Após o jogo, o então técnico do Cascavel CR, Luiz Carlos Cruz, pediu demissão e confirmou que os jogadores não tinham feito os testes.

Já o presidente do Cascavel CR, Tony Almeida, disse ao ge ter sido pego de surpresa com a situação e afirmou que seria aberto um processo de apuração interna para saber o que havia acontecido.

Em virtude da pandemia coronavírus, o protocolo da FPF estabelece que qualquer pessoa comprovadamente com doença em atividade ou com a temperatura acima dos 37,5ºC terá seu acesso impedido.

Além disso, a cada jogo, o clube tem que testar toda a delegação (comissão técnica, atletas, equipe de apoio, staff operacional de vestiário e diretores). Os exames terão validade até três dias anteriores a data da partida.

Por redação do ge

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