Neste dia 14 de Novembro de 2021, a Igreja Católica celebra seu 33* Domingo do Tempo Comum e 5 * Dia Mundial do Pobre. O Papa Francisco que é de formação jesuíta, mas que se deixou encantar pelo modelo de vida de São Francisco de Assis tem sempre estimulado na Igreja práticas que possam convergir à essência do evangelho de Jesus Cristo pelo exemplo do Pobrezinho de Assis. Temáticas e atitudes relacionadas ao meio ambiente, simplicidade no vestuário e residência, criação de atendimento aos menos favorecidos em Roma e no mundo deram também um link para instituição de uma data no tempo litúrgico que chamasse a Igreja a olhar para os menos favorecidos.
A Igreja no período medieval se deixou mergulhar no orgulho e no apego aos bens materiais, período em que suscitou muitos santos e santas que contrários à está prática se identificaram com a “pobreza mística” do Filho de Deus, que sendo Deus se fez homem para nos comunicar sua vida no Espírito. São Francisco se fez pobre verdadeiramente, não tendo nada de próprio. A sua pobreza era evangélica porque ele queria não ter nada para que Deus fosse o seu Tudo. Mas, Francisco com a sua atitude indiretamente incomodou a Igreja e a sociedade a encontrarem um caminho de solidariedade aos menos favorecidos. Ainda hoje é um testemunho na Igreja, lembrando que tudo é passageiro e o que importa é que encontremos Deus no amor e na partilha de nossas vidas.
A pobreza é um tema complexo, pois envolve muita coisa. Sua análise, até mesmo na Ordem Franciscana depois da teologia de São Boaventura com “o direito de uso e de posse” traz muitas opiniões, pois tal teologia avaliando especificamente para os religiosos que fazem o voto de pobreza afirma que os mesmos podem ter algumas comodidades sem que tais bens sejam dos mesmos, mas das fraternidades. Mas apeguemo-nos ao principal: Frades e freiras, monges e monjas, de acordo com o Documento Perfectae Caritatis do Concílio Vaticano II, vivem suas vidas unidas a Cristo pelo vínculo dos votos de pobreza, castidade e obediência, sendo assim, uma antecipação do que um dia seremos no céu.
É preciso um olhar atencioso aos menos favorecidos da sociedade. E este apelo que o Papa faz com o 5* dia Mundial do Pobre com o tema “Pobres sempre tereis” é na verdade um alerta de Jesus Cristo de que o egoísmo humano sempre fará com que ponhamos pessoas às margens da Igreja e da sociedade. Quantas vezes a Igreja reclama da sociedade a marginalização, mas muitas vezes enquanto religiosos e religiosas, clérigos, leigos e leigas comprometidos acabamos excluindo as pessoas pela sua condição social, e agindo como o discípulo desviado que queria que a mulher que ungiu Jesus desse o perfume para dar aos pobres. A Igreja não só deve acolher os pobres, como lutar por políticas públicas que os incluam na sociedade. É preciso deixar de apontar o que os outros devem fazer e também arregaçar as mangas. Que beleza a atitude do papa em instituir este grandioso dia, pois tal atitude nos encoraja enquanto cidadão e cristão a procurar sempre a acolhida do Cristo que está ao nosso lado.
Prof. Me. Francisco Marcos Alves
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