Representante do Ministério Público dá detalhes sobre o impasse envolvendo os estádios paraibanos, e Michelle Ramalho, presidente da FPF, explica que tudo já está sendo resolvido
O procurador de Justiça do Ministério Público da Paraíba (MPPB), Valberto Lira, concedeu entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira para falar sobre o impasse envolvendo os estádios que estão cotados para sediar jogos do Campeonato Paraibano de Futebol Profissional. Valberto explicou os motivos para exigir laudos dessas praças esportivas e lembrou que, dos sete estádios para os quais já há partidas agendadas, apenas um está apto a receber jogos oficiais. Sobre isso, a Federação Paraibana de Futebol (FPF) garante que as questões já estão sendo encaminhadas e mantém o otimismo de que tudo será resolvido a tempo para a disputa do estadual, que começa na quarta-feira da próxima semana, dia 14 de abril.
O encontro desta manhã aconteceu de forma virtual e reuniu, além de Valberto Lira, o tenente-coronel Oliveira, do Corpo de Bombeiros, e profissionais da imprensa. A pauta foi especificamente sobre o conteúdo do documento que o Ministério Público enviou à FPF, recomendando que não sejam marcados jogos do Campeonato Paraibano para alguns estádios.
Segundo Valberto, o Presidente Vargas, em Campina Grande, o José Cavalcanti, em Patos, e o Marizão, em Sousa, não têm condições de sediar partidas oficiais. Já o Almeidão, em João Pessoa, o Amigão, em Campina Grande, e o Perpetão, em Cajazeiras, dependem da apresentação de um “documento da Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado (Suplan-PB), comprovando que as execuções dos projetos estão se realizando”. Enquanto que o Carneirão, em Cruz do Espírito, ainda segundo o Ministério Público, é o único dos sete estádios com totais condições de receber partidas do estadual.
No encontro com os profissionais de imprensa, Valberto Lira admitiu que errou ao dizer, em um momento anterior, que os estádios só precisariam de laudos se houvesse a presença de público nos estádios. O representante do Ministério Público — que é também presidente das comissões nacional e estadual de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios — concluiu que, afinal, as precauções que precisam ser tomadas não são direcionadas apenas aos torcedores, mas a qualquer pessoa que frequente um evento numa praça esportiva. Assim, jogadores, integrantes das comissões técnicas, árbitros, dirigentes, profissionais de imprensa, todos precisam desses cuidados e, portanto, mesmo sem torcida, os estádios precisam se adequar às condições de segurança exigidas.
Responsável por fazer as fiscalizações nos estádios, Valberto lembrou ainda que a relação do Ministério Público nesse caso é diretamente com os órgãos que administram os estádios: Governo do Estado, nos casos de Almeidão, Amigão e Perpetão; Prefeitura de Cruz do Espírito Santo, no caso do Carneirão; Prefeitura de Patos, no caso do José Cavalcanti; Prefeitura de Sousa, no caso do Marizão; e Treze, no caso do Presidente Vargas. Mas ele admite que mantém um diálogo constante com a presidente da FPF, Michelle Ramalho, sobre o assunto.
— A presidente Michelle Ramalho tem sim feito contato comigo. Ela pede, em outras palavras, para que tenhamos dó dos clubes, mas nós temos que manter os critérios estabelecidos. Agora eu afirmo, o nosso trato é com os representantes dos estádios.
Por fim, Valberto voltou a destacar que, caso algum estádio sedie jogo sem antes haver um laudo que comprove que o local oferece segurança aos envolvidos no evento, os responsáveis serão penalizados dentro da lei.
— Isso (punição) vai acontecer sim, pois existe a nossa recomendação. Então, se acontecer, nós entraremos com uma ação criminal para que os responsáveis respondam por essa situação.
Por redação do ge